sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

EUA: um país que não respeita a vida humana

Nos EUA, o aborto é legal. Na Italia, também. No Canadá, também. Na Holanda, também. Na França, idem. Assim como na Cidade do México.

Emerge, portanto, um mistério do debate político e moral brasileiro. Por que os valentões "pró-vida" dirigem seus golpes de tecladadas apenas para os ministros Paulo Vanucchi e Gomes Temporão? Onde está a galhardia para desferir golpes contra quase todo o mundo desenvolvido e contra parte do mundo em desenvolvimento?


Estes valentões e seus amigos dizem por aí que o Programa Nacional de Direitos Humanos vai introduzir o autoritarismo no Brasil. Se for assim, os Estados Unidos vivem no autoritarismo faz muito tempo. A Uniao Européia, mais ainda. Em quase todos os seus países-membros, o aborto é legal, e ainda por cima, esses paises não gostam muito de símbolos religiosos em prédios públicos.

PSDB saiu do armário

Nada precisa ser acrescentado. O trecho destacado do penultimo parágrafo da nota de Sergio Guerra contra a ministra Dilma Roussef diz tudo.


"Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.
Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.
Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.
Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.
Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.
Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas - a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC - 7.715 projetos - ainda não saíram do papel.
Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.
A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.
Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.
Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.

Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.

Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos.

Senador Sérgio Guerra

Presidente Nacional do PSDB"

sábado, 16 de janeiro de 2010

Porque seria tolice acabar com os campeonatos estaduais

Houve inegáveis progressos no futebol brasileiro nos últimos anos: campeonato brasileiro com poucos clubes disputado pelo sistema de pontos corridos, calendário racional que acabou com a possibilidade de um mesmo time jogar três vezes em uma única semana. Porém, muitos dos que defenderam acertadamente estas mudanças, se equivocam completamente quando defendem uma mudança adicional: o fim dos campeonatos estaduais. Isto não seria bom para o futebol brasileiro, não seria bom para os torcedores brasileiros.
Tal mudança beneficiaria SOMENTE e NÃO NECESSARIAMENTE 12 clubes brasileiros, localizados em apenas 5 municípios, em um país que conta com mais de 5000. Tudo bem que estes clubes contam com a torcida de mais de 80% dos torcedores brasileiros, mas o fim dos estaduais não beneficiaria nem mesmo os torcedores de fora destes clubes. Estes mencionados torcedores teriam reduzidas as possibilidades de irem ao estádio para ver seus times jogar.
Somente os 12 maiores clubes do Brasil teriam (ou melhor, têm) condiçoes financeiras de se manter regularmente na Série A do Brasileiro. Para as outras 8 vagas, há um rodízio constante, há muitos times iôiô. Como a Série A recebe a maior atenção, somente torcedores mais fanáticos de estádio torceriam para times fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo - Santos - Belo Horizonte - Porto Alegre. Os torcedores de televisão, mesmo morando fora destes respectivos municípios, inevitavelmente torceriam para um dos grandes clubes.
Os campeonatos estaduais permitem que times de fora do eixo joguem regularmente contra times grandes. Isto é importante principalmente para o interior de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para os times de capital do Norte e do Nordeste, os estaduais também são importantes. Acredito que os cearenses acompanhem mais o Ceará e o Fortaleza no campeonato cearense do que na Série B do Brasileiro.
Sem os campeonatos estaduais, os times de fora do G12 definhariam, por falta de atenção dos torcedores locais. E o que seria do futebol brasileiro com somente 12 times competitivos? Algo como Fórmula 1 com somente McLaren, Ferrari e Williams. A Fórmula 1 precisa de uma Red Bull ou Toro Rosso para ter um pouco mais de emoção. O mesmo vale para o futebol.
Um argumento muito utilizado pelos defensores do fim dos campeonatos estaduais é o de que há três meses de disputa para chegar a uma final extremamente previsível. Este argumento não está baseado em fatos verídicos. É mais comum a final do campeonato gaúcho não ser Grêmio X Internacional do que ser. O mesmo vale para o campeonato mineiro, em que muitas vezes, a final não é disputada entre Cruzeiro e Atlético. Em São Paulo, é comum times de fora do G4 chegar às semifinais. No Rio de Janeiro também. No campeonato goiano, há times competitivos de Anápolis, Catalão e Itumbiara.
Outro argumento utilizado é o de que no futebol europeu, o melhor do mundo, não há campeonatos estaduais. Há dois problemas neste argumento: primeiro, um país europeu tem o tamanho de um estado brasileiro. Segundo, tirando a Inglaterra e a Itália, a rivalidade local na Europa não tem muita importância. O maior rival do Real Madrid, por exemplo, é o Barcelona, e não o Atlético de Madrid. E mais: alguns estados da Alemanha fazem disputa estadual de taça.
Outra coisa a ser lembrada é que ao contrário do que ocorre na política, no futebol, o Brasil é uma verdadeira república federativa. O futebol começou nos estados. Os campeonatos estaduais são muito mais antigos do que o nacional, e por isso, têm charme e tradição.
Alguns defensores do fim dos campeonatos estaduais alegam que é necessário o calendário do futebol brasileiro sincronizar com o europeu para evitar debandada de jogadores no meio do campeonato nacional. Mas para isto, não é necessário o fim dos campeonatos estaduais. Basta agendá-los para o período compreendido entre os meses de agosto e outubro, e agendar o campeonato nacional para o período compreendido entre os meses de novembro e junho.