Se forem desconsiderados quatro pontos - os anos de 1934, 1966, 1998 e 2002 - verifica-se uma relação quase linear entre o futebol e a economia do Brasil. Anos em que o Brasil teve bom desempenho na Copa do Mundo corresponderam a anos de elevado crescimento do PIB, e anos em que o Brasil teve desempenho ruim na Copa do Mundo corresponderam a taxas baixas e até mesmo negativas de crescimento do PIB.
Vale lembrar que o Brasil foi campeão do mundo durante o Plano de Metas (1958), milagre (1970) e Plano Real (1994); e teve grandes fracassos em 1982, quando houve a crise da dívida, e em 1990, quando houve o Plano Collor.
Como o brasileiro tem por divertimento falar mal da seleção brasileira e do governo, o gráfico mostra que há anos em que existem bons motivos para fazer ambos.
Os pontos fora da curva, por sua vez, podem ser utilizados para fazer uma conclusão provocativa: com FHC na cadeira de presidente, a economia brasileira patinou mesmo tendo sido o Brasil segundo e primeiro, respectivamente, nas copas que coincidiram com tal governo. Com Getúlio Vargas e Castello Branco, o Brasil teve elevadas taxas de crescimento, mesmo havendo desempenho pífio da seleção brasileira, que em ambas as vezes, foi eliminada na primeira fase.
A diferenca é que na era FHC foi possível, tranquilamente, falar mal da seleção e do governo. Durante a era Getulio Vargas e Castello Branco, era mais seguro falar mal apenas da seleção.