quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Marina Silva é a preferida da USP, Serra é o segundo

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha com estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual de São Paulo, nos dias 13, 14 e 15 de setembro, mostrou que 31% dos entrevistados pretende votar em Marina Silva, 27% em José Serra, 21% em Dilma Roussef, e 7% em Plínio Sampaio. Foram entrevistados 698 estudantes, 162 funcionários e 154 professores.
As preferências dentro de cada grupo foram as seguintes:

Estudantes
Marina Silva 31%
José Serra 28%
Dilma Roussef 20%
Plínio Sampaio 7%

Funcionários
Dilma Roussef 37%
Marina Silva 28%
José Serra 14%

Professores
José Serra 38%
Dilma Roussef 25%
Marina Silva 22%
Plínio Sampaio 7%

Dados completos da pesquisa, inclusive com intenção de voto para governador, podem ser encontrados em http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2010/09/marina-e-serra-sao-os-mais-votados-na-usp/

Normalmente se espera que candidatos de esquerda tenham melhor desempenho dentro de universidades do que fora delas. Quando o principal partido de esquerda tem baixa preferência dentro da melhor universidade do Brasil, há um sinal de crise de idéias. Há lugares em que discursos contra "mídia golpista" ou "formadores de opinião" não encontram boa recepção.
Considerando os votos na esquerda a somatória de Dilma, Marina e Plínio, e os votos na direita os de Serra, a proporção esquerda-direita na USP é 59-27 e no Brasil como um todo (segundo a última Datafolha) é 62-28. Ou seja, a distribuição de votos na esquerda e na direita na USP segue a tendência nacional, mas muitos esquerdistas na USP optam por Marina Silva e Plínio Sampaio. O PT perdeu espaço em uma antiga fortaleza.
Isto é um sinal amarelo para o partido vermelho. Um partido não pode depender exclusivamente de votos de pessoas satisfeitas com a economia. Estes votos já foram da Arena em 1970, do PMDB em 1986 e de FHC em 1994.

domingo, 5 de setembro de 2010

Será que o Paul Krugman leu meu blog?

Em 6 DE AGOSTO eu escrevi:

"...o desemprego da Alemanha no auge da crise foi de 7% e o dos EUA foi de 10%. Ou seja, o mercado de trabalho da Alemanha, com maior regulação, maior seguro-desemprego e maior taxa de sindicalização, funcionou melhor durante a crise do que o mercado de trabalho dos EUA. E isso tudo era considerado vilão do bom funcionamento dos mercados de trabalho pela ortodoxia...".
http://blogdomarcelobrito.blogspot.com/2010/08/logica-de-celso-ming-e-similares.html

Em 29 DE AGOSTO eu escrevi:

"Agora, até mesmo o mouse do meu computador sabe como serão as muitas coluninhas que aparecerão em cadernos de economia e jornais de business nos dois casos.
Se a economia dos EUA se recuperar melhor, as causas apontadas serão a maior flexibilidade dos mercados de trabalho, o menor valor e menor abrangência do seguro-desemprego, o menor poder dos sindicatos, o menor peso dos gastos sociais, e a menor carga tributária.Se a economia da Alemanha se recuperar melhor, as causas apontadas serão a maior rejeição do governo conservador ao uso de déficits fiscais como estímulo, e a política de contenção dos salários".
http://blogdomarcelobrito.blogspot.com/2010/08/quem-tera-melhor-recuperacao-depois-da.html

Em 2 DE SETEMBRO, Paul Krugman escreveu:

"What is this telling us? German growth hasn’t been great, one quarter notwithstanding; but it avoided US-style mass layoffs even when it was slumping badly. Part of the explanation is the Kurzarbeit program of work-sharing; also, Germany’s labor laws and its strong unions have led to a situation in which workers aren’t treated as much as variable costs as they are here.
So American conservatives now holding up Germany as a role model are actually praising the virtues of
Eurosclerosis, and disparaging American-style capitalism".
http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/09/02/kurzarbeit/