Raul foi Raul. Se ele nao tivesse sido o que ele foi, nao teria em todo show gente gritando toca Raul.
A música popular tem muitos Fla-Flus, do tipo Beatles ou Stones, Emilene ou Marlinha. Mas Raul fez parte nao de um Fla-Flu, mas sim de um Flamengo-Fluminense-Vasco sobre o nome do rock brasileiro que foi embora cedo: Raul, Cazuza ou Renato Russo? Entre os três, sou mais Raul.
Raul fez "o dia em que a terra parou", música mais da paz do que "imagine", de John Lennon.
Raul foi embora deixando saudades, mesmo para aqueles que nao se lembram dele vivo.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Estão prontos para a guerra?
No ano passado, os Estados Unidos reativaram a IV Frota Naval, na zona da América do Sul, alegando objetivos "pacíficos, humanitários e ecológicos".
Para este ano, o plano é instalar bases militares na Colômbia.
Seria paranóia pensar que os interesses de longo prazo são o controle das florestas equatoriais e das reservas de petróleo da América do Sul? Hmmm...
> Al Gore já disse que a Amazônia é de toda a humanidade. John Major, Mitterand e Gorbatchev fizeram declarações parecidas. Os jornais The New York Times e o The Independent já escreveram editorais contestando implicitamente a soberania dos países que tem a Amazônia em seu território sobre a mesma.
> A mídia dos EUA e da Europa relata freqüentemente a ameaça representada pelo armamento da Venezuela. Por que tanto interesse deles no assunto, se certamente o país nunca teria condições de atingir os EUA e a Europa?
> A alta do preço do petróleo provoca redução do crescimento econômico dos EUA e de muitas outras potências da OCDE. Até quando eles vão tolerar isto?
> O crescimento econômico mundial certamente provoca pressão de demanda por recursos naturais. Por que os países de alta renda per capita aceitariam na boa que grande parte destes recursos permaneçam na periferia, com a possibilidade de governos pouco confiáveis fazerem o preço deles subir?
> Vocês se lembram da invasão ao Iraque em 2003?
Quem difunde a versão de que isto tudo é paranóia é um pouco suspeito. Nesta semana, a revista The Economist fez uma matéria criticando a política externa do Brasil, e de quebra, afirmou que as bases na Colômbia servem apenas para combater traficantes e terroristas, e que a história do interesse na Amazônia e na Venezuela é pura paranóia. Esta mesma revista, neste ano, falou mal do plano do Mangabeira Unger para a Amazônia, dizendo que a necessidade de proteger a Amazônia é pura "paranóia dos militares". Ora, se realmente fosse paranóia, o único dano que o plano de Mangabeira Unger causaria seria o desperdício de dinheiro público. Ora, desperdício de dinheiro público tem em todo lugar. Por que uma revista inglesa estaria tão preocupada com o desperdício de dinheiro público em um certo país da América do Sul? E mais: tal revista costuma defender a relativizacão de soberanias nacionais em nome de causas humanitárias. Algumas de fato são, como em Ruanda, por exemplo. Outras nem tanto. Vocês se lembram do Iraque?
Critiquemos o Hugo Chávez porque ele ameaça estaçoes de rádio e televisão opositoras, porque existe opositores presos, porque ele cria divisoes administrativas regionais para se sobrepor aos governos locais oposicionistas legitimamente eleitos e porque ele faz trapalhadas na economia. Agora, quanto ao rearmamento, ele está certíssimo. A Venezuela está sentada em muitos barris de petróleo e ainda tem um trecho de Floresta Amazônica em seu território. E sua relação gasto militar / PIB é ainda menor que a da Colômbia.
Alerta também deve ser feita a esquerdistas brasileiros. Precisamos reequipar nossas Forças Armadas para garantir nossa soberania. Precisamos dar ouvidos a militares que relatam as ameaças em relação à Amazônia. Chega de intrigas entre esquerda e Forças Armadas. Já se foram 24 anos. As Forças Armadas devem proteger o povo brasileiro independentemente do fato dele eleger um governo de esquerda, centro, ou direita.
A questão abordada neste tópico não tem aver com esquerda X direita, e sim com nação X colônia.
Para este ano, o plano é instalar bases militares na Colômbia.
Seria paranóia pensar que os interesses de longo prazo são o controle das florestas equatoriais e das reservas de petróleo da América do Sul? Hmmm...
> Al Gore já disse que a Amazônia é de toda a humanidade. John Major, Mitterand e Gorbatchev fizeram declarações parecidas. Os jornais The New York Times e o The Independent já escreveram editorais contestando implicitamente a soberania dos países que tem a Amazônia em seu território sobre a mesma.
> A mídia dos EUA e da Europa relata freqüentemente a ameaça representada pelo armamento da Venezuela. Por que tanto interesse deles no assunto, se certamente o país nunca teria condições de atingir os EUA e a Europa?
> A alta do preço do petróleo provoca redução do crescimento econômico dos EUA e de muitas outras potências da OCDE. Até quando eles vão tolerar isto?
> O crescimento econômico mundial certamente provoca pressão de demanda por recursos naturais. Por que os países de alta renda per capita aceitariam na boa que grande parte destes recursos permaneçam na periferia, com a possibilidade de governos pouco confiáveis fazerem o preço deles subir?
> Vocês se lembram da invasão ao Iraque em 2003?
Quem difunde a versão de que isto tudo é paranóia é um pouco suspeito. Nesta semana, a revista The Economist fez uma matéria criticando a política externa do Brasil, e de quebra, afirmou que as bases na Colômbia servem apenas para combater traficantes e terroristas, e que a história do interesse na Amazônia e na Venezuela é pura paranóia. Esta mesma revista, neste ano, falou mal do plano do Mangabeira Unger para a Amazônia, dizendo que a necessidade de proteger a Amazônia é pura "paranóia dos militares". Ora, se realmente fosse paranóia, o único dano que o plano de Mangabeira Unger causaria seria o desperdício de dinheiro público. Ora, desperdício de dinheiro público tem em todo lugar. Por que uma revista inglesa estaria tão preocupada com o desperdício de dinheiro público em um certo país da América do Sul? E mais: tal revista costuma defender a relativizacão de soberanias nacionais em nome de causas humanitárias. Algumas de fato são, como em Ruanda, por exemplo. Outras nem tanto. Vocês se lembram do Iraque?
Critiquemos o Hugo Chávez porque ele ameaça estaçoes de rádio e televisão opositoras, porque existe opositores presos, porque ele cria divisoes administrativas regionais para se sobrepor aos governos locais oposicionistas legitimamente eleitos e porque ele faz trapalhadas na economia. Agora, quanto ao rearmamento, ele está certíssimo. A Venezuela está sentada em muitos barris de petróleo e ainda tem um trecho de Floresta Amazônica em seu território. E sua relação gasto militar / PIB é ainda menor que a da Colômbia.
Alerta também deve ser feita a esquerdistas brasileiros. Precisamos reequipar nossas Forças Armadas para garantir nossa soberania. Precisamos dar ouvidos a militares que relatam as ameaças em relação à Amazônia. Chega de intrigas entre esquerda e Forças Armadas. Já se foram 24 anos. As Forças Armadas devem proteger o povo brasileiro independentemente do fato dele eleger um governo de esquerda, centro, ou direita.
A questão abordada neste tópico não tem aver com esquerda X direita, e sim com nação X colônia.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Meu pitaco no debate sobre a ANPEC
Aproveito que hoje é o Dia do Economista para palpitar no debate sobre o exame da ANPEC.
No ano passado, estudantes da UFRJ fizeram um abaixo-assinado para criticar: 1. o conteúdo do exame, 2. a alta taxa de inscrição, 3. a existência reportada de cola.
Sobre os pontos 2 e 3, eu concordo.
Sobre o ponto 1, não.
Os autores do abaixo-assinado afirmam que o exame não deveria ter uma orientação teórica única e hegemônica. Neste tópico são criticados a ausência de espaço para as abordagens heterodoxas da economia e o risco de padronização dos cursos de graduação.
Em primeiro lugar, a orientação teórica única e hegemônica só existe nas provas de Microeconomia e de Macroeconomia. Para fazer a prova de Economia Brasileira, o estudante precisa conhecer um pouco de teorias heterodoxas. E se uma faculdade desejar que seus alunos de pós tenham mais deste conhecimento, é só dar mais peso para a prova de Economia Brasileira. E se a faculdade achar que a maioria dos conhecimentos presentes na prova não são adequados para o perfil desejado do estudante de pós, basta introduzir outros critérios de avaliação. Isto faz, por exemplo, o Mestrado em Desenvolvimento da Unicamp, que só utiliza a prova de Economia Brasileira, a avaliação do projeto e a entrevista, estes dois, fora da ANPEC.
Sobre o conteúdo das provas de Microeconomia e de Macroeconomia, não há problema algum que seja baseado em livros-texto como Varian, Pyndick&Rubinfeld, Blanchard, Dornbusch&Fisher. O lado positivo de focar unicamente do básico da teoria ortodoxa é justamente evitar a padronização dos cursos de graduação. A Micro e Macro destes livros são muito básicas e devem ser lecionadas a estudantes de graduação de qualquer escola, independentemente de sua abordagem teórica.
A economia ortodoxa é praticamente só uma e precisa ser aprendida por ortodoxos e heterodoxos. As economias heterodoxas são várias, e uma chega a competir com a outra. Colocar conteúdo de correntes de pensamento heterodoxas induziria todos os cursos de graduação a acrescentá-las em seus currículos. Como não é possível ensinar todas as correntes heterodoxas na graduação, que são muitas, algumas teriam que ser selecionadas. Isto criaria uma padronização heterodoxa. Quando apenas a Micro e a Macro de livros-texto entram na prova, os cursos de graduação tem mais autonomia para além de lecionar este conteúdo, decidir ensinar a teoria ortodoxa com mais profundidade ou escolher quais teorias heterodoxas a ensinar, sem prejudicar o aluno que pretende fazer o exame.
No ano passado, estudantes da UFRJ fizeram um abaixo-assinado para criticar: 1. o conteúdo do exame, 2. a alta taxa de inscrição, 3. a existência reportada de cola.
Sobre os pontos 2 e 3, eu concordo.
Sobre o ponto 1, não.
Os autores do abaixo-assinado afirmam que o exame não deveria ter uma orientação teórica única e hegemônica. Neste tópico são criticados a ausência de espaço para as abordagens heterodoxas da economia e o risco de padronização dos cursos de graduação.
Em primeiro lugar, a orientação teórica única e hegemônica só existe nas provas de Microeconomia e de Macroeconomia. Para fazer a prova de Economia Brasileira, o estudante precisa conhecer um pouco de teorias heterodoxas. E se uma faculdade desejar que seus alunos de pós tenham mais deste conhecimento, é só dar mais peso para a prova de Economia Brasileira. E se a faculdade achar que a maioria dos conhecimentos presentes na prova não são adequados para o perfil desejado do estudante de pós, basta introduzir outros critérios de avaliação. Isto faz, por exemplo, o Mestrado em Desenvolvimento da Unicamp, que só utiliza a prova de Economia Brasileira, a avaliação do projeto e a entrevista, estes dois, fora da ANPEC.
Sobre o conteúdo das provas de Microeconomia e de Macroeconomia, não há problema algum que seja baseado em livros-texto como Varian, Pyndick&Rubinfeld, Blanchard, Dornbusch&Fisher. O lado positivo de focar unicamente do básico da teoria ortodoxa é justamente evitar a padronização dos cursos de graduação. A Micro e Macro destes livros são muito básicas e devem ser lecionadas a estudantes de graduação de qualquer escola, independentemente de sua abordagem teórica.
A economia ortodoxa é praticamente só uma e precisa ser aprendida por ortodoxos e heterodoxos. As economias heterodoxas são várias, e uma chega a competir com a outra. Colocar conteúdo de correntes de pensamento heterodoxas induziria todos os cursos de graduação a acrescentá-las em seus currículos. Como não é possível ensinar todas as correntes heterodoxas na graduação, que são muitas, algumas teriam que ser selecionadas. Isto criaria uma padronização heterodoxa. Quando apenas a Micro e a Macro de livros-texto entram na prova, os cursos de graduação tem mais autonomia para além de lecionar este conteúdo, decidir ensinar a teoria ortodoxa com mais profundidade ou escolher quais teorias heterodoxas a ensinar, sem prejudicar o aluno que pretende fazer o exame.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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