sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Estão prontos para a guerra?

No ano passado, os Estados Unidos reativaram a IV Frota Naval, na zona da América do Sul, alegando objetivos "pacíficos, humanitários e ecológicos".
Para este ano, o plano é instalar bases militares na Colômbia.

Seria paranóia pensar que os interesses de longo prazo são o controle das florestas equatoriais e das reservas de petróleo da América do Sul? Hmmm...
> Al Gore já disse que a Amazônia é de toda a humanidade. John Major, Mitterand e Gorbatchev fizeram declarações parecidas. Os jornais The New York Times e o The Independent já escreveram editorais contestando implicitamente a soberania dos países que tem a Amazônia em seu território sobre a mesma.
> A mídia dos EUA e da Europa relata freqüentemente a ameaça representada pelo armamento da Venezuela. Por que tanto interesse deles no assunto, se certamente o país nunca teria condições de atingir os EUA e a Europa?
> A alta do preço do petróleo provoca redução do crescimento econômico dos EUA e de muitas outras potências da OCDE. Até quando eles vão tolerar isto?
> O crescimento econômico mundial certamente provoca pressão de demanda por recursos naturais. Por que os países de alta renda per capita aceitariam na boa que grande parte destes recursos permaneçam na periferia, com a possibilidade de governos pouco confiáveis fazerem o preço deles subir?
> Vocês se lembram da invasão ao Iraque em 2003?

Quem difunde a versão de que isto tudo é paranóia é um pouco suspeito. Nesta semana, a revista The Economist fez uma matéria criticando a política externa do Brasil, e de quebra, afirmou que as bases na Colômbia servem apenas para combater traficantes e terroristas, e que a história do interesse na Amazônia e na Venezuela é pura paranóia. Esta mesma revista, neste ano, falou mal do plano do Mangabeira Unger para a Amazônia, dizendo que a necessidade de proteger a Amazônia é pura "paranóia dos militares". Ora, se realmente fosse paranóia, o único dano que o plano de Mangabeira Unger causaria seria o desperdício de dinheiro público. Ora, desperdício de dinheiro público tem em todo lugar. Por que uma revista inglesa estaria tão preocupada com o desperdício de dinheiro público em um certo país da América do Sul? E mais: tal revista costuma defender a relativizacão de soberanias nacionais em nome de causas humanitárias. Algumas de fato são, como em Ruanda, por exemplo. Outras nem tanto. Vocês se lembram do Iraque?

Critiquemos o Hugo Chávez porque ele ameaça estaçoes de rádio e televisão opositoras, porque existe opositores presos, porque ele cria divisoes administrativas regionais para se sobrepor aos governos locais oposicionistas legitimamente eleitos e porque ele faz trapalhadas na economia. Agora, quanto ao rearmamento, ele está certíssimo. A Venezuela está sentada em muitos barris de petróleo e ainda tem um trecho de Floresta Amazônica em seu território. E sua relação gasto militar / PIB é ainda menor que a da Colômbia.
Alerta também deve ser feita a esquerdistas brasileiros. Precisamos reequipar nossas Forças Armadas para garantir nossa soberania. Precisamos dar ouvidos a militares que relatam as ameaças em relação à Amazônia. Chega de intrigas entre esquerda e Forças Armadas. Já se foram 24 anos. As Forças Armadas devem proteger o povo brasileiro independentemente do fato dele eleger um governo de esquerda, centro, ou direita.

A questão abordada neste tópico não tem aver com esquerda X direita, e sim com nação X colônia.

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