Há algum tempo, li em um blog de um companheiro lá da “O de C nos odeia” uma crítica ao hábito das pessoas formarem o gosto musical somente na juventude,e depois, pararem. O blogueiro tem uns trinta e poucos anos e acompanha todas as novidades do rock indie e da música eletrônica, inclusive de bandas cujos integrantes têm dez anos menos que ele. Seu texto foi voltado àqueles que ainda continuam idolatrando Beatles, comprando qualquer novidade do Bob Dylan mesmo que seja uma porcaria e dizendo que nada que surge atualmente presta. O autor diz ter colecionado todos os discos do U2 até o Pop, considera que este é horrível e que os demais têm lugar em seu coração mas não necessariamente em seus ouvidos.
Não sou radical a este ponto, pois gosto de ouvir velharias. Mas concordo com o sentido geral da crítica. Tem muita música boa que surge atualmente e quem não está atento vai descobrir isso só no futuro, quando o que é novo virar velharia. Faço um comentário adicional: pior do que a pessoa que forma seu gosto na juventude e continua só ouvindo as bandas que surgiram em sua juventude, são pessoas jovens atuais repetirem o discurso de que o que surge hoje não presta, e só ouvir coisas que fizeram sucesso antes de terem nascido. Eu já fui mais ou menos deste tipo, mas descobri que isto é desperdiçar a fase que deveria ser a melhor da vida.
Normalmente, acho que a pior manifestação de saudosismo (que mesmo assim faço de vez em quando e continuarei fazendo) é comprar discos novos de bandas velhas. Costumam não ser dos melhores, uma vez que o compositor costuma morrer antes do artista. Por exemplo, não sou louco de achar que o Strokes é melhor que o U2 no auge, mas os dois primeiros álbums dos Strokes são certamente melhores que os três últimos do U2. E o abacate do Pearl Jam não supera Franz Ferdinand, Kings of Leon ou Arcade Fire.
E o que isto tudo tem a ver com o novo álbum do REM? Bom, mas o álbum novo do REM é excessão. Para o meu gosto pelo menos, é melhor inclusive que o Out of Time. Este último é mais rock’n’roll.
Um comentário:
Honey, o abacate do Pearl Jam provavelmente não supera nem os álbuns de bandas-clone. Não existe Pearl Jam pós Yield.
E o bacana do REM é que, na minha opinião, eles mantiveram a identidade mas souberam absorver o novo. As músicas lentas têm a beleza já clássica da banda, as mais Rock n Roll soam jovens e pertencem a este século, não ao passado.
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