Quando um opinador de esquerda escreve e divulga amplamente um "manifesto pelo voto nulo", a consequência prática de sua ação não é neutra entre os dois candidatos concorrentes no segundo turno. A consequência prática é ajudar o Aécio. Isto porque opinadores de esquerda têm leitores de esquerda e influenciam pessoas de esquerda. Portanto, quando um esquerdista quer aumentar o número de votos nulos escrevendo e divulgando amplamente um manifesto defendendo esta opção, ele apenas converte potenciais votos da Dilma em voto nulo, ele não converte votos do Aécio em voto nulo, porque quem é potencial eleitor do Aécio provavelmente não lerá ou, pelo menos, não será influenciado pelo manifesto. Quando um esquerdista escreve o "manifesto pelo voto nulo", ele ataca os dois concorrentes pela esquerda. Aí, os argumentos anti-Aécio contidos no manifesto não convencerão os potenciais eleitores do Aécio.
No segundo turno, há apenas dois candidatos. E apenas um deles será vencedor. Um ou outro. Não existe um terceiro candidato chamado "nulo". Mesmo se o número de votos nulos superar o número de votos de ambos os candidatos, ganha, entre os dois, quem tiver o maior número de votos.
Se alguém estiver muito insatisfeito com ambos os candidatos, e, desta maneira, não quiser ajudar qualquer um dos candidatos, a atitude mais coerente é simplesmente votar nulo e falar que faz isso quando perguntado. E depois da eleição, se empenhar nos próximos quatro anos para construir uma candidatura melhor que as duas que disputam o atual segundo turno.
Um "manifesto pelo voto nulo" pode fazer sentido quando se deseja criticar a democracia representativa ou ao modo de funcionamento da democracia representativa no Brasil. Mas aí, faz mais sentido fazer isto no primeiro turno. Eu não sou contra a democracia representativa, não pretendo votar nulo por isso, apenas estou dizendo que uma atitude dessas para quem pensa assim é mais útil no primeiro turno do que no segundo turno.
O argumento vale para o lado oposto também. Um opinador de direita que escreve "manifesto pelo voto nulo" auxilia a Dilma. A diferença é que diferente daquele, este exemplo não existe na vida real, é apenas hipotético. Pastor Everaldo, Levy Fidelix e Eymael fecharam com Aécio. Jair Bolsonaro e Olavo de Carvalho apoiam Aécio.
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