quinta-feira, 1 de abril de 2010

O 15-30-40 do tênis pode estar com dias contados

Pouco depois da ATP ter apresentado a proposta de mudança da contagem de pontos do tênis, uma grande comoção contra e a favor foi criada em blogs e comunidades virtuais de fãs, sendo a grande maioria deles contra.
Duas mudanças são previstas: a primeira delas, apenas cosmética, visa acabar com o bizarro sistema 15-30-40-... . Os pontos em cada game seriam contados 1-2-3, sendo o vencedor quem fizer quatro primeiro. Neste caso, fora a tradição perdida, nenhuma modificação na forma de jogar seria criada, pois mesmo no atual sistema, é necessário fazer no mínimo quatro pontos para fechar um game. A mudança mais radical seria a segunda: mesmo com um empate em três a três, quem fizer quatro primeiro ganharia o game, sem ter que fazer dois de diferença.
A principal motivação da mudança é atender ao pedido das redes de televisão. Com games de 20 minutos de duração, sets de uma hora e dez minutos de duração, e partidas de quatro horas de duração, estava difícil encaixar os jogos nas grades de programação. O mesmo já aconteceu com o vôlei, que teve que acabar com a regra da vantagem para poder ter as partidas com tempo de duração mais previsível.
A acessoria de imprensa da ATP informou que a mudança não descaracterizaria o jogo, uma vez que continua sendo impossível haver uma situação em que um ponto pode decidir o jogo para os dois lados. Para o tie-brake, continua sendo necessário o mínimo de dois pontos de diferença. E para os Grand Slam e a Copa Davis, o quinto set continua exigindo uma diferença mínima de dois games. A nota também informou que o fim do 15/0, 15/15 e 30/15 serviria para tornar o esporte mais acessível a leigos.
Muitos dos fãs que se horrorizaram com a possibilidade de existir estas mudanças desconfiam que substitur o 15-30-40 pelo 1-2-3 seria apenas um bode para posteriormente ser eliminado, manter o 15-30-40, e criar menor resistência para a outra mudança: terminar o game depois que um dos jogadores fizer ponto depois do 40/40.
A maioria dos tenistas do topo do ranking é completamente contra as mudanças. O único tenista que se posicionou a favor foi um posicionado entre o 50 e o 100, que não quis se identificar. Ele disse que entende que os fãs sejam contra, mas que o esporte não pode viver só de fanáticos. O dinheiro da televisão é importante, e a televisão dependeria de uma audiência mais ampla.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O PIB brasileiro e a seleção brasileira na Copa do Mundo

Uma relação muito curiosa pode ser captada pela observação do gráfico demonstrado a seguir, em que o eixo X representa a classificacação da seleção brasileira em cada Copa do Mundo e o eixo Y representa o crescimento do PIB brasileiro no ano de cada respectiva Copa.

Se forem desconsiderados quatro pontos - os anos de 1934, 1966, 1998 e 2002 - verifica-se uma relação quase linear entre o futebol e a economia do Brasil. Anos em que o Brasil teve bom desempenho na Copa do Mundo corresponderam a anos de elevado crescimento do PIB, e anos em que o Brasil teve desempenho ruim na Copa do Mundo corresponderam a taxas baixas e até mesmo negativas de crescimento do PIB.
Vale lembrar que o Brasil foi campeão do mundo durante o Plano de Metas (1958), milagre (1970) e Plano Real (1994); e teve grandes fracassos em 1982, quando houve a crise da dívida, e em 1990, quando houve o Plano Collor.
Como o brasileiro tem por divertimento falar mal da seleção brasileira e do governo, o gráfico mostra que há anos em que existem bons motivos para fazer ambos.
Os pontos fora da curva, por sua vez, podem ser utilizados para fazer uma conclusão provocativa: com FHC na cadeira de presidente, a economia brasileira patinou mesmo tendo sido o Brasil segundo e primeiro, respectivamente, nas copas que coincidiram com tal governo. Com Getúlio Vargas e Castello Branco, o Brasil teve elevadas taxas de crescimento, mesmo havendo desempenho pífio da seleção brasileira, que em ambas as vezes, foi eliminada na primeira fase.
A diferenca é que na era FHC foi possível, tranquilamente, falar mal da seleção e do governo. Durante a era Getulio Vargas e Castello Branco, era mais seguro falar mal apenas da seleção.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Os 30 anos de PT

Por causa do aniversário com numero redondo, surgiram muitas reflexoes sobre a historia e os rumos do Partido dos Trabalhadores. Pretendo dar uma contribuição de uma forma simples: responderei a algumas críticas de esquerda usualmente feitas ao partido. Não pretendo responder as criticas de direita, porque pra mim, isto seria como tentar argumentar que a água é molhada.

"O PT faz política economica neoliberal porque isto faz parte do seu DNA: quando nasceu, deu pouca importancia a criação de uma bandeira nacional-popular, ao papel do Estado-Nação; e se focou em temas mais superficiais, como cidadania e inclusão social"
Quando o PT surgiu em 1980, isto não era uma questão a ocupar o primeiro posto na agenda de lutas. 50 anos antes da crição do PT, o Brasil deu início ao seu projeto nacional de desenvolvimento. Este projeto foi bem sucedido ao dotar um país de uma infra-estrutura de energia e transportes e um parque industrial moderno. Mas este projeto foi incapaz de acabar com a exclusão, a miséria, o analfabetismo, as doenças típicas do subdesenvolvimento, a favelização, o clientelismo. Era contra isso que o nascente partido teria que se insurgir. Além do mais, em 1980, o socialismo real (rejeitado desde o inicio pelo PT) estava em crise. Defender o super-Estado seria um anacronismo. Nos anos 90, quando o modelo desenvolvimentista estava sendo esfacelado, o partido passou enfatizar a importancia da preservação e adaptação do Estado desenvolvimentista, e agora no governo, o PT adotou um nacionalismo moderado, adaptado aos tempos atuais: basta ver o que está sendo feito com o BNDES, com o marco regulatorio da exploracão do pré-sal.

"O PT de antes era autentico, hoje o partido foi corrompido. O partido traiu seus ideais"
O PT de antes infantilmente se opos a politicas que beneficiaram o Brasil, como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. O PT de antes, tirando Porto Alegre, não durava mais de um mandato onde era eleito. Alguns dos políticos eleitos pelo PT nos anos 80 e 90 deixaram o partido, durante ou depois de seus mandatos. Hoje o índice de reeleição do PT é bastante alto.

"O PT era o partido da mudanca e hoje é o partido da ordem"
O PT é o partido da mudança dentro da ordem. O PT é um partido social-democrata, do tipo europeu, criado 100 anos depois. Nasceu radical e depois passou a defender a conciliação da economia de mercado com o Estado social, e a disputar o poder nas urnas. A diferenca é que o processo de institucionalização do partido brasileiro foi bem mais rapido. E mesmo dentro da ordem, o PT mudou onde governou: com os governos municipais, fez o orçamento participativo virar referencia mundial. No governo federal, ampliou os programas sociais, ampliou o acesso dos pobres a univesidade publica e privada, retomou a elaboração de documentos de política industrial. Algumas mudancas são irreversíveis, mesmo se o proximo presidente for de outro partido.

"O PT foi auxiliado pelos neoliberais para acabar com a verdadeira esquerda, representada pelo PDT do Brizola"
Brizola é uma figura respeitavel por seu passado. Mas seriam Jaime Lerner, Francisco Rossi e César Maia a verdadeira esquerda?

"O PT tem idéias antiquadas. Esquerda moderna é o Bono, o Al Gore e o Gabeira"
O PT tem o mérito de ser moderno em questoes como o aborto (tirando alguns militantes catolicos do partido), a homossexualidade, o Estado laico; e ainda assim, manter o voto dos pobres, supostamente conservadores nesses assuntos. Os esquerdistas admirados pelos "modernos", como Heloisa Helena e Marina Silva, são muito mais conservadores que o PT nessas questoes.


Me desculpem pelos acentos. Meu computador nao os tem. Resolvi parcialmente no Ctrl C + Ctrl V, mas sempre sobram alguns erros.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Há MENOS racismo na Europa do que alguns brasileiros pensam

Alguns brasileiros que nunca estiveram na Europa, não lêem jornais europeus e não conhecem europeus pessoalmente, podem pensar que existe mais racismo na Europa do que realmente existe. Forma-se este juizo através de uma ou outra nota na mídia, e no depoimento do cunhado do vizinho que tem um sobrinho morando na Europa.
Quando existem casos de intolerancia e xenofobia na Europa, a mídia cumpre sua obrigação de informar. Mas cabe ao leitor/telespectador um pouco de discerninmento para não tomar o exepcional como o ordinário.
O lugar onde mais se atribui a existência de racismo/xenofobia na Europa são as arenas esportivas. Isto porque em alguns campos de futebol, existem casos de vaias a jogadores de origem africana, torcida portando bandeiras com suástica (principalmente a da Lazio), e mesmo na Fórmula 1 na Espanha no ano passado, já houve uma bandeira de dizeres racistas a Lewis Hamilton. Mas casos isolados não demonstram um comportamento padrão do torcedor europeu. Já vi duas vezes jogos de futebol em estádio na Alemanha, um em cidade pequena, outro em Berlim. Nos dois jogos que eu vi, jogadores brasileiros pretos marcaram gols, foram muito aplaudidos, e não houve uma manifestação racista sequer. Mesmo quando existem manifestaçoes racistas, não se pode tirar conclusoes de que se trata de um comportamento coletivo, uma vez que dentre 50000 pessoas, há uma grande possibilidade de existir um ou outro racista. A tolerancia da maioria com imigrantes e descendentes também existe em outros esportes. No Aberto de Paris do ano passado, o tenista Gael Monfils contou com o apoio de toda a torcida local, que portava bandeiras tricolores da França.
Na política, também se verifica que o racismo/xenofobia está bem longe de ser o padrão. Sarkozi, tido por alguns críticos como hostil a estrangeiros, tem uma ministra de origem árabe e outra de origem africana. A proporção de descendentes de estrangeiros no governo, portanto, se aproxima da proporção desses na população francesa. Na Alemanha, há um filho de turcos liderando o Partido Verde. E um político preto, filho de angolanos, no CDU (partido conservador) do estado da Turingia. Militantes do NPD (partido de orientação neonazista) chegaram a chamar este politico de Quotenneger. Mas o partido conta com o apoio de menos de 5% do eleitorado.
Em alguns países, os partidos de extrema-direita ocasionalmente conseguem mais que 20% dos votos, e muitas vezes, isto é voto de protesto e hostilidade contra a União Europeia. Mas em situação normal, a extrema-direita conta o apoio de menos de 10% do eleitorado.
Nesta semana, houve os tradicionais eventos em Dresden para relembrar o desnecessário bombardeio aliado em 1945 que matou milhares de civis. Como sempre, neonazistas aproveitam a ocasião para fazer suas marchas. Mas neste ano, houve uma grande contra-marcha, de repúdio aos neonazistas.
Alguns brasileiros formam juízos sobre o suposto racismo/xenofobia da Europa baseados em histórias de parentes/amigos que tiveram dificuldade de adaptação. Mas a verdade é que a maioria dos brasileiros que eu conheço que estudam ou trabalham na Europa ou já fizeram isso (incluindo eu) não passam por problema algum neste sentido. As vezes, a dificuldade de adaptação dos que reclamam pode estar relacionada a problemas da própria pessoa: incapacidade ou falta de vontade de viver de acordo com os costumes do país onde reside. Não sei como é nos demais paises, mas na Alemanha, os locais não costumam ver com bons olhos os estrangeiros que não observam os hábitos locais, como por exemplo, a pontualidade, a disciplina no trabalho, e o respeito a privacidade alheia. Porém, eles gostam menos ainda dos locais que não respeitam os costumes locais.
Se forem se basear apenas em impressoes, os europeus poderiam pensar que existe racismo no Brasil. Os não-brancos são metade da população brasileira, e em nenhum governo, eles foram metade do total de ministros.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

EUA: um país que não respeita a vida humana

Nos EUA, o aborto é legal. Na Italia, também. No Canadá, também. Na Holanda, também. Na França, idem. Assim como na Cidade do México.

Emerge, portanto, um mistério do debate político e moral brasileiro. Por que os valentões "pró-vida" dirigem seus golpes de tecladadas apenas para os ministros Paulo Vanucchi e Gomes Temporão? Onde está a galhardia para desferir golpes contra quase todo o mundo desenvolvido e contra parte do mundo em desenvolvimento?


Estes valentões e seus amigos dizem por aí que o Programa Nacional de Direitos Humanos vai introduzir o autoritarismo no Brasil. Se for assim, os Estados Unidos vivem no autoritarismo faz muito tempo. A Uniao Européia, mais ainda. Em quase todos os seus países-membros, o aborto é legal, e ainda por cima, esses paises não gostam muito de símbolos religiosos em prédios públicos.

PSDB saiu do armário

Nada precisa ser acrescentado. O trecho destacado do penultimo parágrafo da nota de Sergio Guerra contra a ministra Dilma Roussef diz tudo.


"Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.
Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.
Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.
Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.
Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.
Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas - a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC - 7.715 projetos - ainda não saíram do papel.
Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.
A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.
Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.
Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.

Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.

Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos.

Senador Sérgio Guerra

Presidente Nacional do PSDB"

sábado, 16 de janeiro de 2010

Porque seria tolice acabar com os campeonatos estaduais

Houve inegáveis progressos no futebol brasileiro nos últimos anos: campeonato brasileiro com poucos clubes disputado pelo sistema de pontos corridos, calendário racional que acabou com a possibilidade de um mesmo time jogar três vezes em uma única semana. Porém, muitos dos que defenderam acertadamente estas mudanças, se equivocam completamente quando defendem uma mudança adicional: o fim dos campeonatos estaduais. Isto não seria bom para o futebol brasileiro, não seria bom para os torcedores brasileiros.
Tal mudança beneficiaria SOMENTE e NÃO NECESSARIAMENTE 12 clubes brasileiros, localizados em apenas 5 municípios, em um país que conta com mais de 5000. Tudo bem que estes clubes contam com a torcida de mais de 80% dos torcedores brasileiros, mas o fim dos estaduais não beneficiaria nem mesmo os torcedores de fora destes clubes. Estes mencionados torcedores teriam reduzidas as possibilidades de irem ao estádio para ver seus times jogar.
Somente os 12 maiores clubes do Brasil teriam (ou melhor, têm) condiçoes financeiras de se manter regularmente na Série A do Brasileiro. Para as outras 8 vagas, há um rodízio constante, há muitos times iôiô. Como a Série A recebe a maior atenção, somente torcedores mais fanáticos de estádio torceriam para times fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo - Santos - Belo Horizonte - Porto Alegre. Os torcedores de televisão, mesmo morando fora destes respectivos municípios, inevitavelmente torceriam para um dos grandes clubes.
Os campeonatos estaduais permitem que times de fora do eixo joguem regularmente contra times grandes. Isto é importante principalmente para o interior de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para os times de capital do Norte e do Nordeste, os estaduais também são importantes. Acredito que os cearenses acompanhem mais o Ceará e o Fortaleza no campeonato cearense do que na Série B do Brasileiro.
Sem os campeonatos estaduais, os times de fora do G12 definhariam, por falta de atenção dos torcedores locais. E o que seria do futebol brasileiro com somente 12 times competitivos? Algo como Fórmula 1 com somente McLaren, Ferrari e Williams. A Fórmula 1 precisa de uma Red Bull ou Toro Rosso para ter um pouco mais de emoção. O mesmo vale para o futebol.
Um argumento muito utilizado pelos defensores do fim dos campeonatos estaduais é o de que há três meses de disputa para chegar a uma final extremamente previsível. Este argumento não está baseado em fatos verídicos. É mais comum a final do campeonato gaúcho não ser Grêmio X Internacional do que ser. O mesmo vale para o campeonato mineiro, em que muitas vezes, a final não é disputada entre Cruzeiro e Atlético. Em São Paulo, é comum times de fora do G4 chegar às semifinais. No Rio de Janeiro também. No campeonato goiano, há times competitivos de Anápolis, Catalão e Itumbiara.
Outro argumento utilizado é o de que no futebol europeu, o melhor do mundo, não há campeonatos estaduais. Há dois problemas neste argumento: primeiro, um país europeu tem o tamanho de um estado brasileiro. Segundo, tirando a Inglaterra e a Itália, a rivalidade local na Europa não tem muita importância. O maior rival do Real Madrid, por exemplo, é o Barcelona, e não o Atlético de Madrid. E mais: alguns estados da Alemanha fazem disputa estadual de taça.
Outra coisa a ser lembrada é que ao contrário do que ocorre na política, no futebol, o Brasil é uma verdadeira república federativa. O futebol começou nos estados. Os campeonatos estaduais são muito mais antigos do que o nacional, e por isso, têm charme e tradição.
Alguns defensores do fim dos campeonatos estaduais alegam que é necessário o calendário do futebol brasileiro sincronizar com o europeu para evitar debandada de jogadores no meio do campeonato nacional. Mas para isto, não é necessário o fim dos campeonatos estaduais. Basta agendá-los para o período compreendido entre os meses de agosto e outubro, e agendar o campeonato nacional para o período compreendido entre os meses de novembro e junho.