domingo, 6 de dezembro de 2009

Coluna do Dimenstein é cultura?

Em, 3 de dezembro de 2009, Gilberto Dimenstein escreveu a seguinte coluna:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u661085.shtml
Mulher pelada é cultura?
Comentei aqui por diversas vezes que considero o vale-cultura, capaz de envolver até R$ 7 bilhões, um previsível desperdício --o dinheiro seria mais bem usado se focado nos estudantes das escolas públicas. Desde ontem, meu receio aumentou ainda mais, pela possibilidade de que, com esse benefício, mulher pelada também seja cultura. Ou gibi.
Foi
aprovada uma emenda no Congresso permitindo que o vale-cultura seja usado para comprar jornais, revistas e gibis. Senadores argumentaram que, com isso, revistas como a "Playboy" seriam beneficiadas, mas a emenda foi aprovada assim mesmo.
Nada contra a "Playboy", mas mulher pelada não é cultura --muito menos com dinheiro público.




Não conheço muito nem a vida nem a "obra" de Gilberto Dimenstein, mas desde quando escreveu em coluna há alguns meses que não devemos comemorar o pré-sal "ainda mais porque petróleo polui", eu penso que Gilberto Dimenstein é nada mais do que um pseudônimo de um vestibulando treinando redação!
Sobre o assunto mencionado na mais recente coluna, transcrita aqui no post, a resposta é: mulher pelada é cultura sim! O nu é natural. Mas o nu artístico é uma criação do ser humano e portanto É cultura. E o trabalho do fotógrafo É um trabalho artístico. E muitas revistas de mulher pelada tem outros conteúdos interessantes, além de mulher pelada.
Gibi também é cultura. Não é necessário entrar no longo debate "o que é cultura" para fazer esta afirmação. Mesmo considerando que só a chamada "cultura erudita" pode ser considerada "cultura", há gibis que se enquadram nesta categoria.
Não sou um entusiasta muito grande do vale-cultura. O governo tem muitas funções, mas dar palpite na forma com que as pessoas devem gastar seu dinheiro não é uma delas. Esta seria uma boa linha de crítica, principalmente para um jornal com ideologia liberal.
Mas até um colunista de um jornal liberal adere à crítica mais bocó: parte para o paternalismo.
Como disse, não considerei o vale-cultura uma idéia muito interessante, mas considerei bastante positivo que uma vez existindo, os executores do programa não tiveram a idéia idiota de discriminar o que seria "cultura".
Quanto a isso, não vou gastar mais muitas palavras. Basta ler esse texto do Sakamoto. Ele defende o vale-cultura e este é o único ponto no qual eu discordo dele. Mas em relação à crítica ao preconceito e ao elitismo sobre o "que seria cultura", suas palavras são minhas palavras.

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