O Escola do Meu Partido 45, conhecido pelo eufemismo de Escola Sem Partido, é um movimento conservador que faz lobby para aprovar um projeto de lei que estabelece a censura à atividade docente no Brasil, conhecida pelo eufemismo de rejeição à doutrinação ideológica nas escolas. O projeto de lei é de autoria de um deputado do PSDB do Rio Grande do Norte.
Se fosse a favor da censura generalizada, o movimento já seria ruim. Mas este "Escola Sem Partido" não esconde sua hipocrisia, e pretende calar apenas docentes de esquerda. Evidência de que este movimento não defende neutralidade ideológica do ensino, e sim propaganda ideológica de direita é que seu site faz propaganda do Guia Politicamente Incorreto de História do Leandro Narloch, livro que tem como fonte de altíssima credibilidade um panfleto oficial do regime Pinochet. Os textos do site vem carregados de linguagem carregada, repleta de chavões típicos de colunistas de direita de jornais e revistas.
Uma boa estratégia para lutar contra a aprovação da lei da censura à atividade docente seria intelectuais, advogados, líderes estudantis e sindicalistas de esquerda ameaçarem a usar esta lei contra professores de colégios militares, de colégios religiosos e de faculdades de Economia onde predomina o pensamento conservador, como a da PUC-RJ, da FGV-RJ, da UERJ e da USP. Alguns poderiam achar que seria contradição criticar a lei e prometer fazer uso dela, mas eu acho que seria a melhor alternativa para mostrar como o rei está nu, ou seja, como os autores do projeto são hipócritas. Eu sou a favor do direito de professores de direita expressarem suas opiniões. Mas este direito também deve valer para professores de esquerda.
Se ser professor no Brasil já é sinônimo de receber baixos salários, ter trabalho estressante, levar porrada da polícia na rua, e, se essa lei for aprovada, receber visita da polícia na sala de aula, quem é que vai querer fazer licenciatura?
quarta-feira, 22 de julho de 2015
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