Quando saiu a notícia de que Datena e Russomano seriam candidatos a prefeito de São Paulo, li na Internet algumas pessoas dizendo que eles eram "a cara de São Paulo". Não vejo assim. Os dois, assim como Feliciano, representam apenas alguns segmentos da população paulistana. O único deles que já concorreu foi Russomano, que nem pro segundo turno foi.
Em geral, a classe média paulistana é mais moderna que a média do Brasil (o que não é muita coisa) em questões de liberdades ind...ividuais e valores culturais. Há maior aceitação da independência das mulheres, tolerância aos gays, tolerância à diversidade religiosa, liberdade sexual, apoio à descriminalização de drogas leves e apoio a causas ambientalistas em um raio de três quilômetros saindo do Masp do que na média do Brasil. Há gente nessa área que aplaude a chacina na periferia igual a que ocorreu recentemente, mas há gente assim no Brasil inteiro.
O que faz a classe média paulistana votar bem mais na direita do que o resto do Brasil é que os valores da meritocracia estão muito arraigados, e, às vezes, é uma visão torta de meritocracia. A ideia de que cada indivíduo é responsável pelo seu próprio sucesso e pelo próprio fracasso. Que impostos punem quem trabalha e programas sociais premiam vagabundo. Filho ter amigos gays tudo bem, ter amigos pobres já é um pouco mais complicado.
O João Dória representa muito mais esses ideais do que Datena, Russomano e Feliciano.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
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