Quem é da esquerda tradicional, mais ligada às questões de classe, e quem é militante dos novos (e alguns nem tão novos) movimentos sociais como o negro, o indígena, o de imigrantes, o feminista, o LGBTT, o ambientalista, o pró-legalização de drogas leves e o vegan não precisa chegar a um acordo e passar a defender as mesmas ideias, não precisa convergir o pensamento. Basta ter respeito e compreensão pelo outro. Manter as diferenças, mas aceitar as diferentes e lutar junto naquilo que converge. No que diverge, ...cada um faz sua luta e o outro segue a máxima do Gregório Duvivier: "não quer ajudar OK, mas pelo menos não atrapalha".
Os militantes dos novos movimentos sociais têm que saber que os militantes da esquerda tradicional não têm necessariamente que concordar com todas as bandeiras dos novos movimentos. Os militantes da esquerda tradicional têm que respeitar o direito de uma feminista, mesmo sendo também de esquerda, se identificar mais como uma mulher do que como uma integrante da classe trabalhadora internacional, ou um militante negro se identificar mais como negro do que como um integrante da classe trabalhadora internacional.
Eu não concordo com tudo que os novos movimentos pregam. Se o movimento vegan quiser proibir consumo de carne ou uso de animais para desenvolver remédios eu vou lutar contra porque acho que isso seria prejudicial para a sociedade. Mas se o movimento feminista ou negro ou indígena pregarem coisas que não concordo mas que não causam danos, não vou ficar batendo só pra desqualificar esses movimentos.
Vi uma vez no blog do Luís Nassif um senhor escrevendo que se considerava esquerda old fashion e achava que era fashionismo a nova esquerda defender ambientalismo, feminismo, LGBTT. Disse que era contra o SUS pagar "cirurgia estética de troca de sexo". Ser contra tudo bem. Ele não tem obrigação de ser a favor. Mas chamar de "estética" mostra desconhecimento sobre o tema, ofende pessoas, gera adversidades contra quem poderia ser aliado em outras causas.
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