Eu escrevi há alguns dias que é errado dizer que a grande mídia empresarial brasileira é "a favor do PSDB". Na verdade, a grande mídia empresarial brasileira é um partido próprio, um Tea Party tupiniquim. É o PSDB que é o partido com registro no TSE que mais se simpatiza com este Tea Party tupiniquim. Que por sua vez pode falar mal até mesmo do próprio PSDB se este der algum indício de "recaída" para a social democracia que nunca abraçou, mas que dá o nome ao partido.
Um dos maiores símbolos deste Tea Party tupiniquim é o colunista Helio Gurovitz. Em sua primeira coluna no G1, ele se autodenominou "liberal e contra o politicamente correto". Até aí não é novidade. Havia 22.624 colunistas que se definem como "liberal e contra o politicamente correto" na grande mídia empresarial brasileira. Com Hélio Gurovitz, o número passou a ser 22.625. Mas este se diferencia por escrever para o G1, um dos portais mais acessados do Brasil.
A orientação ideológica está presente com muita força no jornal O Estado de São Paulo, no jornal O Globo, nas revistas Veja e Época. Na Folha nem tanto, porque há uma grande diversidade de colunistas, para todos os gostos. O G1 era uma das ilhas não ideológicas na grande mídia empresarial brasileira, pois colocava colunas do Rodrigo Constantino, do Demétrio Magnoli, do Merval Pereira, do Marco Antônio Villa e do Denis Lehrer Rosenfield no cantinho da página, mas deixava o meio só com notícias, muitas delas redigidas de forma imparcial, é preciso reconhecer. O G1 abandonou essa política recentemente e se juntou ao bando do panfletarismo Tea Party, ao reintroduzir a seção de comentários das notícias (ai ai ai) e ao dar grande destaque para as colunas do Hélio Gurovitz. O texto dele de hoje mostra muito bem essa relação amistosa mas não sem atritos entre o Tea Party tupiniquim e o PSDB.
Qual a contribuição deste colunista para o engrandecimento cultural da humanidade? Pouca. Mais especificamente, muito pouca. Mais especificamente, nula. Como eu disse anteriormente, Hélio Gurovitz é apenas um dos 22.625 colunistas "liberais e contra o politicamente correto" que existem na imprensa brasileira. Mas ele não escreve apenas opinião. Ele também escreve notícias internacionais. Acessíveis para qualquer um que tem um computador ligado à Internet, sabe usar o Google, conhece os sites dos principais jornais do mundo e entende Inglês.
E como todo bom "liberal contra o politicamente correto", Hélio Gurovitz é apaixonado por Eduardo Cunha (não se trata de humor homofóbico, uma vez que valeria mesmo se tratasse de pessoas de gêneros opostos). Um dos argumentos utilizados pelo colunista a favor do presidente da Câmara foi a elevada produtividade, o número recorde de projetos de lei aprovados. Se fosse assim, eu depois de comer no rodízio de churrasco seria muito produtivo e digno de elogios, pois consigo fazer uma quantidade recorde de cocô.
O colunista do G1 atribui a aversão que parte da sociedade brasileira tem ao Eduardo Cunha à propaganda do PT. Isso explica porque ainda existem algumas pessoas que confiam no PT. Se precisar ser influenciado pelo PT para odiar alguém que tem histórico de ter trabalhado só para "gente boa" como Collor, PC e Garotinho, que mistura religião com política, que desrespeita quem luta pelos direitos dos gays, que fala que aborto só por cima do cadáver dele mesmo com tantos cadáveres de mulheres que tentam fazer ilegalmente, que tenta reduzir o debate sobre legalização da maconha, que é sério, a usuários de maconha, que usa expedientes podres para aprovar uma coisa podre, que é o financiamento empresarial de campanha, algumas pessoas podem pensar que mesmo com tantos podres, algo positivo o PT tem que ter. Eu acredito que repudiar Eduardo Cunha não depende do PT. Em qualquer país civilizado, se houvesse um líder de parlamento desse jeito, uma parcela da sociedade repudiaria. Certamente se a Casa dos Representantes dos Estados Unidos tivesse um "speaker" republicano igual o Eduardo Cunha, muitos democratas o odiariam. E que propaganda do PT é essa que faz apenas 7% dos brasileiros considerarem o governo Dilma ótimo ou bom? Muito mais do que 7% dos brasileiros rejeitam Eduardo Cunha.
O lado bom disso tudo é que com os acontecimentos recentes, o fã clube do Eduardo Cunha na imprensa brasileira pode ter levado uma queimadinha.
Mas uma coisa é certa: se Hélio Gurovitz ama o Eduardo Cunha tanto assim, quer dizer que ele não odeia tanto o PT. Afinal, o deputado carioca apoiou Dilma em 2010. hehehehehe
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário