domingo, 31 de agosto de 2008

De mudanca

A partir de agora, o meu novo blog genérico estará na Comunidade do Luís Nassif. O endereco é http://blogln.ning.com/profile/MarceloFantacciniBrito
Anotem bem, adiciocem no favoritos.

O blog de viagem continuará no Blogger, porque sobre o conteúdo deste, fora famialiares e amigos, ninguém tem nada a ver com isso.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

E o melhor hino é o do ... Uruguai!

Entre todos os hinos nacionais do mundo, o Guardian elegeu o do Uruguai como o melhor. Fui conferir (pode ouvi-lo clicando aqui) e percebi que realmente é muito bonito. Entre os 10 melhores hinos, segundo o jornal, 9 são de países em desenvolvimento. O do Japão é a única exceção.

Quando pensamos em hino bom, logo nós pensamos no da Itália ou no da França. Porém, estes são apenas hinos legais. Os hinos de países latino-americanos, em sua maioria e incluindo o nosso, têm melodias mais bonitas que os hinos de países europeus. Os latino-americanos se parecem mais com música erudita. Os europeus se parecem mais com marcha. Talvez pelo fato da América Latina ser da paz e a Europa ter tido muitas guerras.
Não sei se houve alguma lista dos piores, mas pra mim, nada é mais chato que o hino britânico.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A nova musa do tênis mundial

Chega de Sharapova, Ivanovic ou Hantchuchova! Esta é a nova musa do tênis mundial!



Ops, ato falho. É outro Bellucci.
Que pena...

De qualquer forma, força Bellucci!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O que Daniel Dantas faria se ele vivesse na Terra Média

Pra começar, ele certamente seria um elfo, devido às suas orelhas. E o que ele faria? Negócios, é óbvio. Sua saga poderia ser mais ou menos assim:

Em primeiro lugar, ele estabele um banco de investimentos no paraíso fiscal de Valfenda, e este banco compra a Rohan Palacom, que é a operadora de Palantir da região de Rohan. Para vencer o leilão, ele forma uma sociedade (não a do anel) com a Gondor Palacom, o Gandalf, o Gollum e o fundo de pensão dos hobbits idosos, presidido pelo Bilbo.
Aí, as desavenças começam. Gandalf sairia do consórcio, mas Dantas não paga a parcela que Gandalf teria direito, e portanto, este se tornaria um perseguidor implacável. Os fundos de pensão dos hobbits, e o Gollum tentam destituir Daniel Dantas do comando da Rohan Palacom. Para ganhar batalhas judiciais com estes dois inimigos, o elfo Daniel Dantas contra Saruman para espionar ambos inimigos. Por meio do Língua de Cobra, Saruman espalha pela Terra Média a versão de que Daniel Dantas estaria sendo sofrendo perseguição política de Bilbo, que desejava favorecer Frodo, e que a Gollum teria um esquema de espionagem e pagamentos ilegais para se beneficiar os hobbits e conseguir o anel. Todos os inimigos de Daniel Dantas estariam sendo instigados por Gandalf.
Mas eis que os ents descobrem o esquema de espionagem liderado por Saruman, e por causa, disso, a Gondor Palacom, que era o único aliado de Dantas até então, muda de lado, e junta-se aos fundos de pensão dos hobbits para destituir Daniel Dantas do comando da Rohan Palacom.
Para tentar reagir, Daniel Dantas faz as pazes com Gollum, que muda de lado e passa a ser inimigo dos hobbits e da Gondor Palacom. Dantas também tenta se aproximar de Boromir, para obter influência entre os homens. Eis que se descobre a participação de Daniel Dantas no esquema para ajudar Boromir pegar o anel de Frodo, e a situação se complica novamente.
Daniel Dantas sai de cena por um tempo, mas depois volta à evidência quando se descobre que Sauron quer obter o controle da Gondor Palacom e com isso, comprar a Rohan Palacom, para formar uma mega-operadora de Palantir na Terra Média, e a todos dominar. Daniel Dantas é suspeito de ter relações com Sauron, por querer influenciar a política regulatória de Palantir na Terra Média.

Entenderam?
Entenderam todo o noticiário sobre Daniel Dantas?

sábado, 23 de agosto de 2008

E nao foi tao ruim assim

O Brasil ficou com 15 medalhas no total, sendo 3 ou 4 de ouro. O melhor resultado em número de medalhas empatado com Atlanta 1996, o segundo melhor em ouros (em Atenas 2004 teve 5 por causa do xixi do cavalo irlandes).
Em 1980 e 1984, mesmo com os boicotes (primeiro dos países da Otan, depois os do Pacto de Varsovia), o Brasil teve bem menos medalhas. O Brasil foi melhorando gradualmente sua participacao (fora o desastre de Sydney) . Tudo bem que pra ver a evolucao, porem, tem que tirar o recem-introduzido volei de praia, mas desta vez, nao fez muita diferenca.
Falta ainda muito a melhorar, principalmente se tratando de um país de populacao tao grande, que ainda fica atras da Jamaica.
O problema desta vez foram as expectativas nao superadas, como o judo, o Rodrigo Pessoa, o futebol feminino, volei de praia e os ginastas (parabens pros destes aí que ganharam prata e bronze de qualquer forma, e terem expectativas em cima deles já é mérito). Mas teve as surpresas, como as iatistas, a Maureen e o bronze nos 100m do Cielo.

Muita gente critica a injustica da contagem de medalhas. Alem de prata e bronze só servir pra desempate, a natacao dá 16 ouros pro masculino e 16 pro feminino, enquanto que esportes coletivos dao um ouro pra cada.
Bom, mas o quadro oficial pode nao comparar países direito, mas continua sendo útil pra acompanhar a evolucao de um país ao longo do tempo. E ver que devagar, bem devagar, estamos evoluindo.

Ah, o Brasil ficou bem na frente da Áustria. Mas nao parece que aqui se dá tanta importancia como no Brasil.

Jornalista incompetente

Entrei no site da Folha só pra ver os resultados brasileiros do penúltimo dia de Olimpíadas, pra depois comentar aqui no blog, e me deparo com esta notícia:

Mantega deve publicar portaria que acaba com superávit primário

A manchete dá a entender que o governo vai acabar com o superávit primário, passando de 4% do PIB para zero. Fiquei curioso, o Mantega teria ficado maluco? Aí eu li a notícia, que quis dizer que o conceito de superávit primário como medidor das contas públicas será extinto, e que o conceito utilizado a partir deste momento será o superávit nominal.
A manchete seria correta se fosse "Mantega deve publicar portaria que acaba com conceito de superávit primário". Nao acho que falta de espaco seja desculpa para uma gafe dessas. Sao só duas palavrinhas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u436976.shtml

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Vanderlei Luxemburgo pra técnico da seleção

Com Dunga, o futebol do Brasil não tem mais jeito. Mantê-lo poderia causar vexame em 2010. Ou nem chegar lá.
Minha sugestão é Vanderlei Luxemburgo. Sua competência é inegável. Treinou times campeões, como Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos e novamente Palmeiras. Pode-se contra-argumentar dizendo que alguns destes times eram cheios de craques e que pouco se deve ao treinador. Mas o que eu proponho é que ele treine a Seleção Brasileira, teoricamente um depósito de craques. O Brasil precisa de alguém que saiba lidar com estrelas.
Ainda acho que Luís Felipe Scolari é o melhor treinador brasileiro, mas ele já foi campeão. E todos os campeões fracassam na segunda tentativa (Zagallo, Parreira). Talvez pelo fato de não terem o que provar. Por isso, prefiro alguém que tenha fracassado na primeira tentativa, como Vanderlei Luxemburgo.
Ah sim, ele é prepotente, antipático e um tremendo babaca, com seus sobretudos e suas frases em Inglês. Mas futebol não é concurso de miss.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Não sabem perder, não sabem perder...

Olhem só a contagem de medalhas da CNN: http://sportsillustrated.cnn.com/olympics/2008/medals/tracker/
Os EUA aparecem em primeiro, por ter mais medalhas no total. Não sei se a CNN adotou este critério bizarro só nesta Olimpíada, quando os EUA estão em desvantagem em ouros ou se é um critério padrão. Mas de qualquer forma, a CNN está fugindo do critério oficial e coincidentemente fazendo de conta que seu país está em primeiro.
Não sabem perder, não sabem perder...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

OlimpiÁdas: Os grandes micos olímpicos brasileiros

A primeira Olimpíada que acompanhei foi a de Barcelona em 1992. Não me lembro de nenhum mico brasileiro naqueles jogos, houve apenas uma participação muito modesta. Depois disso, não faltaram micos.

Atlanta 1996: O maior de todos eles que eu já vi. A Seleção Canarinho, com Dida, Aldair, Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo perde pro Japão na estréia, perde a semifinal da Nigéria, mas o pior de tudo foi a completa falta de respeito com os Jogos Olímpicos: não aceita receber a medalha de bronze no pódio. Fica com vergonha de ver os argentinos no degrau mais alto. E já em casa, têm a surpresa de ver os jogadores argentinos de pele bem escura e vestindo camisas verdes.

Sydney 2000: O Brasil tinha a melhor seleção de futebol masculino do mundo, a melhor seleção de vôlei masculino do mundo, as melhores duplas de vôlei de praia do mundo, o melhor nadador 50m do mundo, o melhor tenista do mundo, o melhor iatista do mundo, o melhor ginete do mundo e o melhor cavalo do mundo. Vários favoritismos ao ouro, frustrados um após ao outro. A esperança final ficou com o cavalo com nome de veado, que refugou. Voltamos pra casa só com pratas e bronzes.

Atenas 2004: O mico ficou com a seleção de vôlei feminino, que vencia a Rússia na semifinal por 2 sets a 1, chegou a estar vencendo o quarto set por 24 a 19 e conseguiu perder o jogo.

Pequim 2008: Como não poderia faltar trocadilhos de duplo sentido, Fabiana Muerer foi pra China e ficou decepcionada com o país porque não conseguiu achar a vara que desejava. Pra China ela não volta mais. A saltadora brasileira deve preferir países melhores dotados em termos de vara.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

E se vão 30 anos...

Em 13 de agosto de 1978, o Guarani venceu o Palmeiras por 1 a 0 no Brinco de Ouro e sagrou-se campeão brasileiro pela primeira e única vez.
http://www.youtube.com/watch?v=400E8-95GzU

É triste dizer, mas muito provavelmente, em 13 de agosto de 2018 estaremos lembrando os 40 anos da única conquista.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

E as Olimpíadas começaram

Como eu estava trabalhando, não vi a cerimônia de abertura. Vi algumas fotos. Parece que o evento foi muito bonito.
Na China, o alfabeto não é latino, portanto, acredito que as delegações entraram em ordem embaralhada para os padrões ocidentais. Gostaria de saber de quem o Peru entrou atrás.
E prevalescendo o bom senso, não houve boicote por parte de nenhum país aos jogos. Aliás, um eventual boicote não seria necessariamente ruim, porque qualquer um que boicotasse seria tão idiota a ponto de fazer falta nenhuma. Quem não gostou da escolha da sede que reclamasse em 2001. Não houve nenhum fato extraordinário entre o ano da escolha da sede e hoje, ao contrário do que houve um ano antes dos jogos de 1980, quando a URSS invadiu o Afeganistão. E comparar os Jogos de Pequim em 2008 com os de Berlim em 1936, tenha dó...
Nestas Olimpíadas, estou cagando para a política da China. Quero acompanhar os esportes, na medida que meu tempo permite.

O futebol masculino, nos Jogos Olímpicos, conta com algumas restrições, para não ofuscar a atenção aos outros esportes. Será que a partir de 2012 o COI vai decidir impor restrições ao tênis? Bom, limitar a idade dos jogadores em 23 anos vai produzir efeito menor do que no futebol. Ah, em 2012, os jogos vão ser em Londres, no verão. Certamente o Reino Unido vai escolher o piso de grama para as competições de tênis. Se todos as estrelas estiverem lá, vai haver na prática dois torneios de Wimbledon, um em seguida ao outro.

Chances de ouro do Brasil? Futebol masculino e feminino, iatismo, vôlei de quadra masculino, vôlei de praia masculino e feminino e mais algum atleta desconhecido. Quais serão realizadas? Nem vou chutar, porque erro sempre.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O novo álbum do REM é muito bom

Há algum tempo, li em um blog de um companheiro lá da “O de C nos odeia” uma crítica ao hábito das pessoas formarem o gosto musical somente na juventude,e depois, pararem. O blogueiro tem uns trinta e poucos anos e acompanha todas as novidades do rock indie e da música eletrônica, inclusive de bandas cujos integrantes têm dez anos menos que ele. Seu texto foi voltado àqueles que ainda continuam idolatrando Beatles, comprando qualquer novidade do Bob Dylan mesmo que seja uma porcaria e dizendo que nada que surge atualmente presta. O autor diz ter colecionado todos os discos do U2 até o Pop, considera que este é horrível e que os demais têm lugar em seu coração mas não necessariamente em seus ouvidos.

Não sou radical a este ponto, pois gosto de ouvir velharias. Mas concordo com o sentido geral da crítica. Tem muita música boa que surge atualmente e quem não está atento vai descobrir isso só no futuro, quando o que é novo virar velharia. Faço um comentário adicional: pior do que a pessoa que forma seu gosto na juventude e continua só ouvindo as bandas que surgiram em sua juventude, são pessoas jovens atuais repetirem o discurso de que o que surge hoje não presta, e só ouvir coisas que fizeram sucesso antes de terem nascido. Eu já fui mais ou menos deste tipo, mas descobri que isto é desperdiçar a fase que deveria ser a melhor da vida.

Normalmente, acho que a pior manifestação de saudosismo (que mesmo assim faço de vez em quando e continuarei fazendo) é comprar discos novos de bandas velhas. Costumam não ser dos melhores, uma vez que o compositor costuma morrer antes do artista. Por exemplo, não sou louco de achar que o Strokes é melhor que o U2 no auge, mas os dois primeiros álbums dos Strokes são certamente melhores que os três últimos do U2. E o abacate do Pearl Jam não supera Franz Ferdinand, Kings of Leon ou Arcade Fire.

E o que isto tudo tem a ver com o novo álbum do REM? Bom, mas o álbum novo do REM é excessão. Para o meu gosto pelo menos, é melhor inclusive que o Out of Time. Este último é mais rock’n’roll.

sábado, 14 de junho de 2008

O poder da superstição

3 de março. Um apostador de 30 anos de idade vai pela terceira vez em sua vida àquele hipódromo. Olha o programa e percebe que a próxima corrida começará às 3 da tarde. Depois de tantas coincidências, percebe que tudo isso é um sinal. Decide apostar 3 mil dólares no cavalo da raia três.
Para sua decepção, este cavalo chega em terceiro lugar.

domingo, 8 de junho de 2008

Dois pesos, duas medidas, pra quem?

O governo de Yeda Crusius, no RS, está envolvido em um escândalo, referente ao uso do Detran e do Banrisul para financiar campanhas e comprar partidos para a base aliada.
Nos próximos dias, poderemos ver spin doctors dizendo que "o caso do RS é diferente", que "o caso do PT é pior" etc etc, tentando, para isso, achar pêlo em ovo (ou em suas cabeças calvas) para produzir algum argumento que comprovaria esta tese. Até aí, extremamente normal. O "dois pesos, duas medidas" é uma prática comum de quem faz política. O delito cometido pelos "dos deles" é sempre pior que o delito cometido peloa "dos nossos".
Só quero ver a cara de algumas lideranças políticas "de esquerda" que aderiram à candidatura conservadora em 2006 para defender a "ética na política". Será que estes também vão dizer que o caso do RS é diferente? Aí seria um "dois pesos, duas medidas" anômalos, pois neste caso, haveria mais tolerância com o delito dos "dos outros".
Esta anomalia seria oportunismo? Sim. Mas o único prêmio parece ser ter o saco puxado pela mídia e pelos "formadores de opinião". As urnas não andam premiando este comportamento de santo do pau oco.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Brincando de fazer forecasts

Sou um péssimo palpiteiro, mas fazendo um monte de chutes, dá para acertar alguns.
Acho que a Alemanha vai ganhar a Eurocopa, derrotando a Holanda na final. O grupo da Holanda é uma pedreira, mas acho que ou Itália ou França ficam de fora. A Eurocopa é muito imprevisível. É muito comum o resultado nada ter a ver a Copa do Mundo de dois anos antes e de dois anos depois.
Chutaria o Djokovic ganhando Roland Garros masculino, mas pouquíssimo entendo de tênis. O feminino, acho que a Ivanovic ganha.
Nas Olímpiadas de Pequim, acho que o Brasil terá 3 medalhas de ouro, 5 de prata e 6 de bronze.
O campeonato de Fórmula 1, acho que o Massa ganha.
O campeonato brasileiro, o Flamengo ganha.
E o Guarani continuará na série C.

Agora deixando os esportes de lado, falando de política.
Acho que o Kassab vai ser reeleito em São Paulo. Ele vai crescer durante o horário eleitoral gratuito, tirando os votos de Alckmin, que por sua vez, transferirá seus votos restantes no segundo turno contra Marta. O voto nesta está consolidado, assim como o não-voto. Portanto, ela fica nos 30%, disputa o segunto turno e perde. Em 10 anos acompanhando eleições, aprendi que o candidato à reeleição tem tendência de crescer, e não diminuir, na reta final.
Nos EUA, estimo que o John McCain ganha. Quase sempre tem algum "escândalo" em setembro ou outrubro. Acho que vão achar mais alguma coisa sobre Obama.
Na Europa, as principais eleições só ocorrem no ano que vem. No Reino Unido, provavelmente o Partido Conservador retomará o poder. Na Alemanha, é quase certo que a Angela Merkel continuará na chancelaria, só não se sabe com que coalizão. Acho que por uma margem muito apertada, o CDU-CSU e o FDP conseguem a maioria (51% talvez) e formam uma coalizão sangue-puro de direita. Mas também existe a possibilidade muito grande desta maioria não existir e continuar a grande coalizão CDU-CSU-SPD. Outra possibilidade, se os partidos conservadores não obtiverem a maioria, é a formação da Coalizão Jamaica, incluindo estes e mais o Partido Verde.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Felipe Massa, o sultão da Fórmula 1

Três vitórias na Turquia e duas no Bahrein. Se quiser ser campeão do mundo, Felipe Massa tem que solicitar à FIA a inclusão do GP do Líbano, GP do Irã e quem sabe até o GP da Arábia Saudita. Ou então, poderia disputar corrida de camelo.
Continua estranha a sensação de não ter que acordar cedo pra ver corrida, e não ouvir a musiquinha. Tenho que caçar Youtube pra ouvir o Brasil-il-il.

Por falar em corrida de automóveis, hoje eu vi o Speed Racer. Quase no final do filme, deu pra perceber que tinha patrocínio da Petrobrás (a marca aparece em um dos carros). Este filme foi pior que muito filme com patrocínio desta petrolífera. E mais caro.

sábado, 12 de abril de 2008

Prêmio Nobel para eles

Na próxima quarta-feira, 16 de abril, o COPOM provavelmente elevará a taxa Selic. O Banco Central do Brasil tentará derrubar a inflação mundial através de juros mais altos. Sim, não é piada (ou é) os integrantes do COPOM querem derrubar preços de produtos cotados internacionalmente através de política monetária doméstica.
Se as autoridades monetárias de um país com uma participação muito modesta na economia mundial conseguir deter uma inflação que não é nacional, e sim, global, vão merecer o prêmio Nobel, não só da Economia, como também da Paz.
Porém, o mais provável é que isto não aconteça. Porém, quem está no BCB não precisa do dinheiro do prêmio Nobel. A grana que vão ganhar no mercado financeiro depois de saírem da insituição vai ser bem maior.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Hey Galvão, vai tomar ...

Esporte fica mais interessante com bairrismo. Devemos torcer para os time de nossas cidades, os pilotos de nossos países. Mas como dizia um velho comentarista esportivo da Bandeirantes, "a gente torce, mas não distorce".
Ontem, depois de ter vido a corrida em um restaurante, durante o período da tarde, procurei, durante a noite, um Youtube com o Brasil-il-il e a musiquinha. Encontrei. E tive a infelicidade de ouvir o Galvão Bueno transformando um momento de alegria em um momento de rancor e revanchismo. "E pra quem queria tirar o Felipe Massa da Ferrari", "pra quem não confiava no talento de Felipe Massa". Ora, Felipe Massa tem seu valor por estar na Fórmula 1, ter sido contratado para correr na Ferrari e conseguir ganhar umas corridas, e não será impossível que ele ganheo campeonato neste ano. Agora, ele tem suas limitações. Foi quarto colocado em 2007, quando seu companheiro de equipe foi campeão. E quem abandona uma corrida sem falha mecânica, como na Malásia, certamente vai ser cobrado.
Se um não-brasileiro rodasse uma Ferrari sozinho, o Galvão certamente iria malhar. No ano passado, ele adorava falar dos erros do Hamilton.
E para saborear, dois clássicos do Galvão Bueno, comentando Michael Schumacher. Um no GP do Japão de 1991, outro em 1993. Falar merda no GP do Japão é a pior coisa que tem, pois é a corrida com mais gente gravando.
http://www.youtube.com/watch?v=axb9-UXlbuI&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=MpZ4CrbklIo

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um gráfico vale mais do que mil palavras


The Economist, March 19

Imitações femininas do Bob Dylan

Enquanto a Cate Blanchett interpretando uma das personalidades do Bob Dylan ainda não chega, me contento com uma bela gravação de Highway 61 Revisited feita pela PJ Harvey.
http://www.youtube.com/watch?v=cPTTmsQSrFM

O dia de Reinaldo Azevedo

8h: acorda
8h30: Depois de ter escovado os dentes, feito a barba e tomado o café, vai passear com o cachorro, no momento mais relax do dia, antes da árdua labuta. Vai pensando nos xingamentos que escreverá ao longo do dia. No caminho, a maioria das pessoas não o reconhece. Uma ou outra senhora fala “parabéns, se todos os brasileiros tivessem acesso aos seus textos, o país não teria esta bandalheira toda”.
9h15: Senta na frente do computador, onde pasará quase o dia inteiro. Começa seu trabalho checando os comentários dos petralhas. Encontra alguns que servem muito bem de escada, para respondê-los.
10h: Terminada esta primeira etapa, entra no blog do Luís Nassif para refutar algum texto. Encontra um post dizendo que os juros altos e o câmbio sobrevalorizado fazem mal ao país. Começa escrever que é típico dos anões morais defender a corrupção e a proteção aos traficantes e ser contra o governo na única coisa que ele acerta. Telefona para algum economista do PSDB para saber que argumento que tem que usar para responder às críticas ao BC. Recebe a resposta “ele está certo, esta política monetária é ruim, sempre achávamos nos tempos de Primeira Leitura achava isso e você teve amnésia, se seu blog serve pra atacar o governo, diz que o governo é uma bosta porque faz umas políticas estúpidas como estas”. Responde “bom, se eu falar mal do BC, meus chefes na Veja não vão gostar, então deixa pra lá”.
10h30: Meio sem idéias, faz o que costuma fazer nos momentos de preguiça. Entra no site do Estadão, acha uns artigos e editoriais conservadores, e os reproduz em seu blog.
11h: Entra no site do Olavo de Carvalho, para repercutir algum artigo, adicionando alguns elogios, mas o mais recente diz que o PT e o PSDB são tudo da mesma putada lá da USP. Resolve deixar pra lá e esperar o próximo artigo.
11h15: Fica cansado da árdua labuta até então e entra no Youtube pra relaxar com alguns vídeos engraçados.
11h30: Entra no site do Globo pra ver o último artigo do Ali Kamel, reproduzi-lo em seu blog, com comentários finais “brilhante, fantástico”. Telefona pro Ali Kamel, diz como ele é um jornalista competente e honrado. Oferece alguns serviços de proteção, porque normalmente os jornalistas conservadores são indefesos.
12h: Entra na comunidade Olavo de Carvalho nos odeia pra ver se tem alguma coisa pra refutar. Sem citar o nome, é caro, pra não fazer divulgação.
12h30: Seus filhos chegam da escola. Almoço em família. O filho diz que na aula de História, xingou o professor de petralha e esquerdopata porque foi ensinado que a crise de 1929 foi culpa do liberalismo e que o mundo capitalista prosperou entre 1950 e 1973 durante o período do Estado Keynesiano. RA diz estar orgulhoso do filho que tem. Aí este pergunta pro pai que argumento ele tem que usar quando alguém diz o que o professor de História disse. RA responde que vai pesquisar.
13h30: Terminado o almoço e o descanso, manda um e-mail pro Giambiagi perguntando que argumento tem que usar pra responder ao texto de Economia do blog do Luís Nassif e também ao professor de História do filho.
14h: Entra de novo no blog do Luís Nassif pra ver se tem textos mais fáceis pra refutar. Encontra mais um capítulo do dossiê contra a Veja. Telefona pro Mário Sabino pra saber como deve ser refutado. É instruído pra não refutar e também para fazer silêncio sobre o assunto.
14h15: Exalta o brilhantismo do último pod-cast do Diogo Mainardi, liga pra ele e diz que vai fazer três, ao invés dos habituais dois elogios semanais, caso Diogo lhe arrume uma cadeira permanente no programa Manhattan Connection.
14h45: Elogia o mais recente texto de Caio Blinder.
15h: Começa ficar sem idéias. Procura vários sites de notícias e descobre uma dizendo que o viaduto do município de Coisa Linda da Serra, administrado pelo PT, está sofrendo rachaduras. Reproduz esta notícia em seu blog.
15h30: Escuta uma música do U2 saindo do quarto da filha. Vai até o quarto e diz pra ela não ouvir essas coisas porque o Bono é mau, já que ele não acha o cristianismo superior ao islamismo, e que portanto, suas músicas não têm qualidade.
15h45: Checa o e-mail pra ver se recebeu a resposta de Giambiagi. Como a resposta não chegou, decide ele mesmo criar um argumento. Diz que esses estatizantes querem transformar o Brasil em uma Cuba de dimensões continentais.
16h30: Recebe um comentário de um estudante indignado porque o DCE de sua universidade escreveu um texto defendendo o socialismo. Publica este texto em vermelho, com a refutação em azul. A refutação diz: esses esquerdopatas têm doença mental. O capitalismo é melhor porque na Coréia do Su tem riqueza e liberdade e na Coréia do Norte tem miséria e opressão. Acha que esta refutação vai convencer todos os estudantes.
17h: Termina o expediente da empregada. Antes dela ir embora, ele a alerta que se a Marta tiver mais votos em seu bairro do que o Kassab, não vai ter panetone no Natal.
17h30: Seu filho recebe um convite pra ir ao cinema com os amigos no fim de semana. RA liga pra Isabela Bocóv pra saber se o filme proposto é adequado ou não.
19h: Vai jantar com a família em um restaurante. Ao fundo toca Chico Buarque. Ele chama o garçom e diz que a música é ruim porque o cantor votou no Lula e defende Fidel Castro.
22h: Vai dormir. Reza um Pai-Nosso, com final diferente. Ao invés de “mas livrai-nos do mal”, diz “mas livrai-nos dos petralhas e dos esquerdopatas”. Aí se lembra de que sem eles, não teria assunto.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tudo é Senna X Piquet

Beatles é Senna. Rolling Stones é Piquet.
Pelé é Senna. Maradona é Piquet.
Lula é Senna. Brizola é Piquet.
Pearl Jam é Senna. Nirvana é Piquet. (Apesar da coincidência de Kurt Cobain e Senna terem ido embora em um intervalo de menos de 30 dias)
Ronaldo é Senna. Romário é Piquet.
João Paulo II é Senna. Bento XVI é Piquet.

sábado, 15 de março de 2008

Abertura do comércio aos domingos: debate para além da dicotomia esquerda e direita

Li no Desestresse um texto sobre a chatice dos comentadores de Internet. Concordo com o texto. Além de serem chatos, tais comentadores de panelinha são pretensiosos, pois pensam que vão converter alguém com suas linhas tecladas. E reduzem tudo à dicotomia esquerda e direita. Não é sobre isso que vou escrever agora. Vou apenas aproveitar o gancho para abordar uma discussão impossível de ser reduzida à dicotomia do Bobbio: a restrição em relação ao funcionamento do comércio aos domingos.
Pelo critério mais usual da diferenciação esquerda/direita, quem fosse de esquerda defenderia maior restrição à abertura das lojas, por uma questão de defesa dos direitos dos trabalhadores. O comércio emprega muita gente e se tudo pudesse ser aberto aos domingos, a qualidade de vida dos comerciários seria deteriorada, devido ao comprometimento de suas vidas sociais. Não tem graça ter o descanso semanal na segunda ou terça-feira, quando todo o resto da família está trabalhando. Quando a abertura parcial do comércio aos domingos foi aprovada, a CUT soltou uma nota dizendo que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Quem fosse de direita, por sua vez, defenderia menos restrição, apoiada no argumento de que o mercado é melhor que o Estado para alocar recursos. Com liberdade para funcionar no dia em que a maioria das pessoas está de folga, as lojas poderiam ter receita maior com um mesmo número de funcionários, e portanto, ter mais lucro. E os consumidores teriam mais liberdade de escolha.
Agora quando a discussão sai da economia e vai para os costumes, a situação se inverte. A maior flexibilidade em relação ao funcionamento do comércio foi uma exigência natural da maior igualdade entre os gêneros. Quando as mulheres não trabalhavam fora de casa, elas podiam fazer compras em meio de semana. O fechamento do comércio aos domingos poderia ser solicitado em nome da tradição religiosa: domingo deve ser um dia de descanso, tanto de trabalho, quanto de consumo. Os opositores desta idéia argumentariam que o Estado é laico, e que a crença religiosa de alguns (mesmo sendo a maioria) não pode virar lei escrita.
Em resumo, há dois tipos de conflito de valores na discussão sobre liberar ou não o comércio aos domingos. Um deles é o direito dos trabalhadores X livre mercado, o outro é sociedade tradicional X sociedade moderna. Portanto, os comentadores de Internet não conseguirão formar panelinhas "de esquerda" e "de direita" para discutir o assunto.
Aqui no estado da Turingia, a lei permite que as lojas funcionem quatro domingos por ano. A maioria da população é contra a abertura irrestrita. Conseqüentemente, os dois principais partidos políticos são contra. O CDU adota o não de direita, usando como argumento a tradição cristã, e o SPD adota o não de esquerda, enfatizando a qualidade de vida dos comerciários.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Moda e economia

Quando eu ainda estava no Brasil, escrevi um texto no finado Brasil de Flato lamentando o fato das brasileiras, e mais especificamente as campineiras, cobrirem o corpo mesmo em dias quentes. Cheguei até a mencionar o encurtamento das saias nos anos 20, e a descida da barra, junto com a Bolsa em 1929. Mas não sabia que a relação com a economia era tão mais profunda assim.
Uma reportagem da Spiegel http://www.spiegel.de/wirtschaft/0,1518,538694,00.html mostrou um estudo entre a relação das tendências da moda com a economia. E realmente, os pesquisadores descobriram que as saias encurtam em períodos de maior crescimento econômico. A pesquisa ainda mostrou que no Japão, os cabelos das meninas ficam mais curtos em períodos de recessão.
Talvez, o motivo que fazia as meninas usaram jeans no Brasil a 30 graus era a estagnação. Talvez agora, a situação se modifique, e as barras das saias se localizem 5,4 centímetros acima dos joelhos.

O texto "A Arábia Saudita é aqui", publicado no Brasil de Flato

Em Riad, na Arábia Saudita, a temperatura costuma passar dos 40 graus, mas as mulheres andam em público sempre cobertas por panos, devido às imposições religiosas, de Alá.
Faz calor em Campinas desde fins de agosto. As máximas costumam beirar os 30 graus. Mas cadê as pernas femininas? Ainda escondidas por trás dos jeans. Por enquanto, saias são utilizadas apenas justamente por religiosas, as evangélicas neopetencostais, vulgarmente conhecidas como crentes. Tais saias costumam ser menos sexy do que as burcas das muçulmanas. As demais moças costumam andar com seus inseperáveis jeans, talvez devido também a motivos religiosos: consideram pecado mostrar um pouquinho de celulites, varizes, vasos, gorduras ou simplesmente pele muito branca. Muitas preferem tirar a saia, o vestidinho ou o short do armário somente depois de academia ou de sol. Isto é triste, pois pernas não precisa de perfeição total para serem sexy. É claro que há exceções, mas muitas vezes vi meninas que andavam diariamente de calça comprida, e no dia que decidiram mudar um pouco a rotina, revelaram que nenhum defeito havia em seus membros inferiores.
Nos meus tempos de faculdade (2002-2006), as salas costumavam ter 35 alunos. Com uma proporção 60:40, havia normalmente 14 meninas por sala. Em cinco anos de curso, não me lembro de um único dia sequer ter visto mais de 5 meninas em uma mesma sala que não estivessem usando calça comprida. Mesmo nos meses letivos mais quentes, como março, abril e novembro. Digo 5 incluindo ainda aquela com a maldita bermuda. Nos meses um pouquinho mais frios, quando as máximas atingiam "apenas" 25, o número de meninas sem calça costumava ser zero. Enquanto isso, a maioria dos rapazes ainda insistiam no uso da bermuda, mesmo em temperaturas moderadas. Tento imaginar minhas colegas de sala naqueles filmes de anos 40, que mostram mulheres de casacos longos e saias que terminam um pouco depois do joelho. Estariam todas mudas, de tanto bater o queixo de frio.
O século XX foi paradoxal. Enquanto encurtou as saias das mulheres, difundiu o uso da calça comprida para elas. O encurtamento das saias não foi um processo linear. As barras subiram e desceram, mas sempre com tendência para cima. Nos anos 20, as saias subiram para quase a altura do joelho. Em 1929, caíram como os preços das ações. Perto do início da Segunda Guerra Mundial, subiram de novo. Nos anos 50, desceram um pouquinho. Nos anos 60 subiram de vez. O ano 1965 foi o símbolo do paradoxo: foi o ano da minissaia e o ano em que a produção européía de calças femininas superou a de saias. No início, não se tratava de um paradoxo, porque assim como uma saia curta, a calça feminina era vista como uma coisa sexy. Hoje não é mais.
Apesar do título do texto, que escolhi para ser chamativo, o paralelo ideal que deve ser feito não é com a Arábia Saudita, e sim com a Roma Antiga. Lá, os homens usavam saia curta e as mulheres, saia comprida. Hoje, entre os jovens, os homens usam calça curta e as mulheres calça comprida.

sexta-feira, 7 de março de 2008

"Questão de ordem" no STJ

Ainda não li nenhum argumento decente contra as pesquisas com células-tronco. Não é aborto, pois os embriões a serem utilizados não virariam bebês no futuro caso não fossem. E se o problema é a possibilidade de futuro fazerem seres humanos artificiais com células tronco (o que não é possível por enquanto), por que não fazer gritaria somente se isto for tentado? Por que ficar enchendo o saco de quem quer fazer pesquisas que podem auxiliar cura de diversas doenças?
Mas o pior não é a posição em si, e sim o comportamento do ministro Carlos Alberto Direito. O STJ não é Câmara dos Deputados, onde se vota projetos de leis. A função do STJ é interpretar a lei, portanto, opiniões religiosas pessoais poderiam ter sido deixadas na porta de entrada. O tal ministro se portou como um estudante autoritário em assembléia, que ao saber que é minoria, adia a votação esperando ser maioria no futuro.

domingo, 2 de março de 2008

Os olhos enganam



Quem olhou rapidamente, sem atenção, para a página do Yahoo Brasil neste domingo, teve a impressão de ter visto duas, e não uma, chamada de notícia sobre Fórmula 1.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Texto sobre o Bolsa Família

Na semana passada, saiu uma boa reportagem sobre o programa bolsa família na revista inglesa The Economist. Vale a pena ler http://www.economist.com/world/la/displaystory.cfm?story_id=10650663
A matéria diz que a experiência pioneira foi no México, com o Oportunidad, se espalhou pela América Latina, chegou a Nova York e vai ser implementado no Egito. Em seguida, é explicado o funcionamento do programa no Brasil, e depois, seus efeitos são destacados. Os principais são o aumento da freqüência escola e o alívio da situação de miséria absoluta de uma grande parcela da população brasileira, com uma modesta quantia de dinheiro gasta. Também destaca o fato do programa ser continuação do Bolsa Escola, implementado pelo governo anterior. A revista ainda apresenta as críticas ao programa, sem, porém, aderir a elas.
Programas de transferência direta de renda, como o Bolsa Família, são inofensivos para quase todas as correntes de pensamento econômico. Socialistas (moderados, é claro) gostam porque existe redistribuição de renda. Liberais gostam porque isto é feito com parcela pequena do orçamento e ainda por cima, o programa não cria distorções no sistema de preços relativos. Vale lembrar que The Economist é uma revista liberal no bom e no mau sentido.
Outro ponto importante destacado pela matéria é que a globalização facilita a difusão de boas idéias, no caso mencionado, programas sociais baseado em transferência direta de renda. Eu já havia presenciado isso no meu ambiente globalizado que é minha sala de aula. Meu professor de Introdução às Políticas Públicas, que morou no México, apresentou um caso a ser discutido sobre a implementação do Oportunidad. Além da discussão de casos, a aula conta com trabalhos individuais em que cada aluno escreve sobre um problema de seu país. Minha colega turca se propôs a falar sobre meninas da parte asiática da Turquia que não freqüentam a escola ou por extrama pobreza, ou por preconceitos culturais. Meu professor disse que uma simples e boa política a ser implementada é o governo pagar uma bolsa a cada família pobre com a condição de que as crianças freqüentem a escola, sendo maior o valor para meninas do que para meninos.
Enquanto isso no Brasil, tem gente com a convicção de que quem recebe o Bolsa Família é vagabundo e que a finalidade do programa é comprar votos. A maior tragédia não é este tipo de opinião em si, mas a preguiça de pensar, que faz pessoas repetirem idéias sem qualquer exame crítico. E como se resolveria este problema, investindo em educação? Não, não adianta. Os papagaios (ou ovelhas) do "Bolsa Família é pra comprar voto de vagabundo" pertencem à parcela mais instruída da população brasileira. Quase todos eles têm "deproma".

sábado, 26 de janeiro de 2008

My Blueberry Nights: faltou o peru

Acabei de chegar do cinema. Vi "My blueberry nights", de Wong Kar Wai. Fazendo uma metáfora, este filme é que nem uma ceia de Natal composta por uma deliciosa farofa de nozes, um fantástico arroz com passas uma ótima sobremesa, mas sem o principal, que é o peru. A trilha sonora estava fantástica, combinando muito bem com as belas imagens dos EUA, os truques de filmagem (de distorcer a imagem nas mudanças de cena) encaixaram muito bem no filme, a atuação de Norah Jones foi boa (temia-se o fato dela não ser atriz profissional). E o menu de beldades do filme não é pra ninguém botar defeito. Além da cantora e da Natalie Portman, tinha a Rachel Weisz, mais linda do que normalmente ela é em outros filmes. Agora, só faltou um enredo.
Foi uma pena ver as três falando Alemão. Principalmente a Rachel Weisz, a que mais perdeu com a remoção de sua voz e sotaque original.
Como Jude Law e Rachel Weisz não apareceram na mesma cena, não foi possível eles comentarem suas experiências na Batalha de Stalingrado. Ed Harris também não apareceu na mesma cena de Jude Law. Caso contrário, ele teria falado "eu não matei você, seu desgraçado?"

domingo, 6 de janeiro de 2008

Pra quem acompanha a corrida presidencial nos EUA

Uma vez meu colega dos EUA perguntou se no Brasil comenta-se bastante as eleições presidenciais norte-americanas. Eu respondi que, normalmente, pelo tamanho da cobertura na imprensa brasileira na semana que antecede, parece até que nós também vamos votar.
Aqui na Alemanha não é muito diferente. Houve destaque nas capas dos principais jornais para as primárias de Iowa, tendo sido comentada muito mais a vitória de Obama do que a de Huckabee, que áo contrário do democrata, parece ter menos chances nas outras primárias, mesmo com o apoio de ninguém menos do que Chuck Norris.
Esta é a primeira corrida presidencial, depois de muito tempo, em que ambos os partidos apresentam grande disputa interna. Nas vezes anteriores, ou havia campanha pela reeleição, ou pela eleição do vice do presidente que ficou 8 anos. Desta vez, o Cheney está velhinho.
Este link tem a posição dos candidatos nas primárias sobre os diversos assuntos http://www.2decide.com/table.htm

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O Fla-Flu das revistas semanais brasileiras

A revista semanal que mais leio agora é a Spiegel (normalmente na Internet, só comprei um exemplar impresso). Mas anteontem eu dei uma entrada nos sites das revistas Veja e Carta Capital para conferir o que é que tinha nas edições de fim de ano.
Na Veja, tinha um texto chamado "Pede pra sair, esquerda embolorada" http://veja.abril.com.br/291207/p_140.shtml. Na Carta Capital, tinha entrevista com os empresários Manuel Felix Cintra Neto (BM&F), Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau) e Roger Agnelli (Vale), discutindo o futuro do Brasil, tema que contou com outros textos http://www.cartacapital.com.br/edicoes/477.
Tem gente que diz que Veja e Carta Capital praticam o mesmo tipo de jornalismo, apenas com o sinal contrário. Se isto for uma opinião sincera e amparada em fatos, tudo bem. Basta me mostrar algum texto da Carta Capital cujo título seja "Pede pra sair, direita embolorada" que eu acredito nesta tese. Caso contrário, penso que quem nivela Veja e Carta Capital lê pouco ambas as revistas.
Sem evidência na realidade, qual seria a motivação para dizer que Veja e Carta Capital praticam o mesmo tipo de jornalismo com sinal contrário? A motivação pode ser mostrar uma certa maturidade ficando em cima do muro. Não acho que este seja o melhor caminho para a maturidade. Aos que gostam de sempre ter a opinião intermediária, muito cuidado. Isto pode viciar. Em uma discussão sobre saltar da janela do primeiro andar ou saltar da janela do terceiro andar, estes proporiam saltar da janela do segundo andar. Considerariam como extremismo a sensata opinião de simplesmente não saltar da janela.
Maturidade se adquire estudando e vivendo, e não atirando opiniões de cima do muro.